Boa pergunta (seja lá quem perguntou!).

Obviamente a uma distância de pelo menos 20,5 bilhões de quilômetros (e contando...), a Voyager I está longe demais do Sol para usar suas células fotovoltaicas.

Felizmente, os engenheiros da nave se planejaram para essa situação. A Voyager é alimentada eletricamente por um gerador termoelétrico de radioisótopos (RTG) provida pelo Plutonium 238, um isótopo que alfa-decai com uma meia-vida de 87,7 anos. Esse RTG absorve energia térmica gerada com o rápido decaimento do PU238 (plutônio) convertendo-o em eletricidade através de termopares (dispositivos que convertem calor em eletricidade de forma semelhante à forma como a energia fotovoltaica converte luz em eletricidade).

Os 03 RTGs da Voyager produzem cerca de 160 watts, embora, após 87,7 anos, essa energia decaia pela metade. É assim que a Voyager I alimenta seu transmissor de rádio (e outros sistemas) para transmitir informações à Terra.

À sua distância atual, os sinais de rádio da V1 levam 19 horas para chegar à NASA (isto é, 19 horas-luz, 20,5 bilhões de quilômetros).

Uma 'pílula' de plutônio-238 se parece mais ou menos com essa "jujuba" da foto; ele brilha um vermelho forte proveniente da energia de seu alfa-decaimento.

Sobre a Voyager I

A Voyager 1 é uma sonda espacial desenvolvida pela NASA (agência espacial estadunidense), lançada oficialmente no dia 5 de setembro de 1977 planeta afora. Faz parte do programa "Voyager", que tem por objetivo estudar o Sistema Solar exterior.

Dezesseis dias após a Voyager I ser lançada, foi a vez de sua irmã gêmea, Voyager II. Operando ininterruptamente há mais de 40 anos, a espaçonave ainda se comunica com a Deep Space Network para receber comandos de rotina e retornar dados. A uma distância de 140 UA (21 bilhões de quilômetros) do Sol (setembro/2017), trata-se da nave espacial mais distante da Terra, bem como o objeto artificial, - fabricado pelo homem, - que chegou mais longe até aqui.

É também o objeto mais distante no Sistema Solar cuja localização é conhecida, ainda mais distante do que os planetoides Eris (96 UA) e V774104 (~ 103 AU).

A sonda tinha por objetivo fazer sobrevoos em Júpiter, Saturno e a lua Titã. Apesar do curso da nave permitir um possível encontro com Plutão, decidiu-se que sua prioridade era explorar com maior afinco os anéis de Saturno e a atmosfera de Titã, uma enorme lua do sistema saturniano.

Assim, estudou o clima, o campo magnético e os anéis de Saturno, além de fornecer imagens surpreendentemente detalhadas de suas luas.

Após completar sua missão principal de sobrevoo em 20 de Novembro de 1980, a Voyager I tornou-se o terceiro de cinco objetos artificiais a alcançar uma velocidade de escape suficiente para deixar o Sistema Solar. Em 25 de Agosto de 2012, a Voyager I cruzou a heliopausa e se tornou a primeira nave espacial a não só abandonar as fronteiras finais do sistema solar, mas a primeira a entrar no meio interestelar e estudar suas propriedades.

A missão estendida da Voyager deverá continuar até meados de 2025, quando seus geradores termoelétricos de radioisótopos deixarão de fornecer energia elétrica suficiente para operar seus instrumentos científicos.

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