Segundo o médico cardiologista e coordenador das UTIs do hospital Igesp, Dante Senra, os protocolos internacionais foram analisados cautelosamente e 12 pacientes infectados receberam alta após uso de hidroxicloroquina.
Dante Senra afirmou ao Viva Bem, do UOL, que o hospital Igesp foi o primeiro no Brasil a fazer uso da medicação, e foram aplicadas doses de 400mg a cada 12 horas.
O resultado foi que ao menos 4 infectados com o novo coronavírus, depois de sete dias de uso de hidroxicloroquina associada a outras medicações, receberam alta do hospital.
"A impressão é muito favorável, mas como se trata ainda de um número pequeno, não há como estabelecer uma relação de causa e efeito. Até porque não há estudos multicêntricos ainda", disse Senra. Segundo médico, portanto, não é possível garantir que os pacientes foram curados graças ao medicamento.
Hidroxicloroquina não previne novo coronavírus
Segundo a pneumologista Margareth Dalcolmo, em entrevista ao G1, a medicação não previne a doença e não deve ser comprada pelas pessoas para esse uso, pois irá fazer faltar para quem precisa realmente da medicação, pois é de uso contínuo no tratamento de doença autoimune e malária, e pode vir a faltar nas farmácias.
Ela ainda implora que quem tenha realizado a compra da medicação nas farmácias que faça logo a devolução.
O remédio, segundo ela, não previne a covid-19, pois pacientes que fazem uso constante desse remédio no decorrer de suas vidas e que necessitam dele para moderar as suas doenças já sofrem com a sua falta em comércios e farmácias do país, pois muitas pessoas compraram sem necessidade.
Além disso, ainda não é comprovado definitivamente que hidroxicloroquina é benéfica ao tratamento de coronavírus.
De acordo com a pesquisadora da Fiocruz, não faz sentido algum a venda comercial da medicação para evitar o contágio da doença, pois seu uso deve ser realizado em tratamento intensivo dos casos graves, sem contar que nada prova cientificamente a recomendação do seu uso, não só no Brasil, como em qualquer outro país.
Ainda porque a medicação ainda passa por algumas experiências em infectados gravíssimos, sendo ainda uma experiência que está sendo realizada não só no Brasil como em países de todo o mundo para que seja provada a sua total eficácia.
Portanto, somente com esses experimentos em todo o mundo é que se provará a eficácia do uso de hidroxicloroquina contra a Covid-19, e que de forma alguma o uso dela sem prescrição médica, menos ainda o seu uso para evitar o contágio da doença.