Como forma de responder à medida tomada pela gestão do presidente da República, Jair Bolsonaro, que tomou a decisão de limitar a divulgação de dados sobre a pandemia do novo coronavírus, uma série de veículos de comunicação brasileiros decidiram se unir para trabalhar de forma colaborativa.
O objetivo é continuar divulgado os dados reais sobre a pandemia, buscando informações diretamente com as secretarias de Saúde de cada estado e do Distrito Federal. Assim, o consórcio em questão, formado por G1, Estadão, Folha de S.Paulo, Extra, UOL e O Globo tomou a decisão inédita se unir para dividir o trabalho e conseguir apresentar a evolução dos casos de Covid-19 no Brasil.
De acordo com informações veiculadas pelo G1, os veículos em questão pretendem que o relatório seja fechado diariamente às 20h. Os dados em questão deveriam ser fornecidos pelo próprio governo federal, através do Ministério da Saúde. Entretanto, algumas atitudes recentes tomadas por Jair Bolsonaro e também pelo ministério citado fizeram com que os jornalistas passassem a duvidar da precisão dos dados veiculados.
Além disso, é possível destacar que uma série de mudanças feitas no Ministério da Saúde, em especial no que se refere à publicação dos dados, fez com que a quantidade de informações que se tem sobre a situação real do Brasil fosse reduzida de forma drástica. Isso ocorreu devido ao fato de que desde o último domingo (07), o ministério optou por divulgar somente os dados relativos às últimas 24h, excluindo do seu boletim o total acumulado de casos.
Mais motivos para a criação do consórcio
Outro ponto que motivou a criação do consórcio dos veículos de comunicação citados foi o horário em que a divulgação acontecia. Em um primeiro momento, quando Luiz Henrique Mandetta estava à frente do Ministério da Saúde, tais dados eram sempre compartilhados às 17h. Após a saída de Mandetta e a posse de Nelson Teich, os dados tiveram o seu compartilhamento atrasado para as 19h.
Entretanto, recentemente, o horário de divulgação passou para as 22h.
Devido aos fatos destacados, acabou se tornando impossível para que uma série de telejornais e jornais impressos compartilhassem os dados em questão. Demonstrando que a intensão era realmente fazer isso, Jair Bolsonaro ainda afirmou que as matérias no "Jornal Nacional" haviam chegado ao fim após essa mudança.
Por fim, ainda se mostra válido destacar que no último domingo (7), o Ministério da Saúde chegou apresentar dois boletins diferentes sobre a pandemia. O primeiro deles mostrava um número muito maior de mortes do que o segundo, publicado algumas horas depois. Portanto, a credibilidade das informações foi posta em xeque.