O astrônomo brasileiro José Luís Pereira registrou um impacto em Júpiter às 19h39 do dia 13 de setembro deste ano. A detecção foi feita por meio de um software de detecção de pequenos objetos em vídeo desenvolvido por estudantes de Harvard.

José Luis Pereira montou seu equipamento em São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, no dia 12 de setembro, e apontou o telescópio na direção de Júpiter.

Entenda como o registro foi realizado

O programa comprovou que o impacto observado foi, na verdade, uma colisão de um asteroide com Júpiter. Para conseguir registrar o incidente, José teve que capturar o flash de impacto utilizando valores de longitude, latitude e rotação --essa última costuma variar dependendo da latitude já que o planeta não é um corpo rígido.

Ele descobriu que o flash estava na atmosfera de Júpiter e permaneceu visível por dois segundos --descartando qualquer interferência na Terra ou um satélite aleatório flutuando pelo planeta.

Júpiter é atingido por dezenas, talvez até centenas, de asteroides a cada ano, pois o planeta gigante atua como um bloqueio para impedir que esses objetos impactem a Terra.

Veja como ele se sentiu

"Para minha surpresa, no primeiro vídeo notei um brilho diferente no planeta, mas não prestei muita atenção, pois pensei que poderia ser algo relacionado aos parâmetros adotados, e continuei assistindo normalmente. Verifiquei o resultado apenas na manhã do dia 14, altura em que o programa me alertou para a elevada probabilidade de impacto e constatou que havia mesmo um registro no primeiro vídeo da noite", escreveu Pereira em um e-mail para Space.com.

Ele então enviou a informação para Marc Delcroix, da Sociedade Astronômica Francesa, que confirmou que o evento visto nas imagens é um impacto.

Júpiter é o foco de muitos astrônomos amadores e astrônomos profissionais, que esperam descobrir os mistérios do gigante gasoso.

Júpiter e o sistema solar

No mês passado, cientistas da Universidade de Leicester, junto com a Nasa, criaram mapas de calor de Júpiter e descobriram que auroras intensas estão conduzindo a temperaturas extremas, apesar de cobrir apenas menos de 10% do planeta.

Eles descobriram que partículas carregadas que escapam da lua vulcânica Lo são capturadas pelo campo magnético do planeta, que por sua vez produz auroras ultravioletas.