A importância da vacinação contra o coronavírus se tornou tão presente no nosso cotidiano que a cidade de São Paulo iniciou nesta quarta-feira (1°) a exigir o chamado passaporte de vacinação. Agora, tanto os moradores quanto os que visitam a metrópole precisarão apresentar algum comprovante de que tenham se imunizado para entrar em eventos de grande porte, como shows, congressos, feiras (exceto as livres) e jogos com público maior do que 500 pessoas. Cada um deverá apresentar um documento (seja físico ou por meio de dispositivo digital) que ateste, pelo menos, o recebimento de uma dose da vacina contra a Covid-19.

Lembrando que, para esses eventos, a apresentação é obrigatória. Caso o promotor/organizador não respeite a determinação, a pena prevista pode variar desde multa até a proibição de se realizar o próprio evento.

No caso da cidade de São Paulo, o morador ou o turista pode baixar o aplicativo denominado e-SaúdeSP e responder um cadastro com as informações solicitadas. Nele, pedem-se os números do CPF e do RG e nome completo, por exemplo.

Aqui e lá

Essa obrigatoriedade veio por meio de um decreto da Prefeitura de São Paulo, e outras cidades, como Guarulhos, replicaram a nova medida. A diferença é que a população de Guarulhos terá que apresentar o passaporte em todos os estabelecimentos comerciais da cidade.

Já em São Paulo, a legislação foi mais branda. Em bares, restaurantes e lojas ela apenas recomenda que o cliente apresente a comprovação para frequentar e usufruir do lugar desejado. Então, o passaporte tem sua exigência facultativa.

Os números da imunização no estado de São Paulo ajudam a compreender como está o andamento no combate à pandemia: 98,97% da população adulta já tomou a primeira dose e cerca de 49,3% dos paulistas estão imunes completamente.

Na prática

No primeiro dia da vigência, o que se observou foi que muita gente não vacinada não pôde ingressar nos locais dos eventos. Isso ocorreu principalmente para aqueles que vêm de outros estados e cuja campanha de vacinação não está tão adiantada como no estado paulista. A maioria deles foi barrada na entrada. Mais um indicativo de se obedecer ao novo protocolo de segurança.

Vale para o cidadão e vale para as empresas/organizadores de eventos.

Com realização na zona norte da capital, a ABcasa, feira dedicada a produtos do lar e à decoração, o interessado tinha que apresentar um comprovante. Edson Turqueto, presidente da feira, disse que sua equipe está fazendo a triagem desde o estacionamento para conscientizar as pessoas.

Quem veio de outros estados para conferir as tendências ficou surpreso e aborrecido. Houve um caso de mãe e filha vindas de Santa Catarina serem separadas. A mãe, já imunizada, pôde entrar no evento, mas a filha, não. Ela voltou para o hotel.

O mesmo aconteceu com um empresário baiano: sua equipe não estava vacinada e, inconformado com o procedimento, jurou que vai entrar com ação judicial contra a Prefeitura de São Paulo.

O decreto municipal foi publicado em 28 de agosto último com previsão de vigência a partir do primeiro dia de setembro. Nele, o indivíduo deve comprovar, ao menos, que tomou uma dose da vacina.

Apesar de um problema aqui e outro ali, a maioria baixou os aplicativos e-SaúdeSP, Poupatempo Digital ou o Conecte SUS. A fim de não perder público, os organizadores do evento na zona norte ofereceram gratuitamente Wi-Fi.

Caso o leitor questione ou se indigne com a medida tomada em SP, existem esforços tramitando nas assembleias legislativas para que o passaporte seja exigido. Estados como Rio Grande do Sul e Goiás discutem a matéria ou estão em fase final de aprovação.

A perspectiva é de que isso se torne difundido pelo resto do país, pois a comunidade científica havia apontado para a eficiência e o dever de todos se vacinarem. Chegou a vez das instituições políticas engatarem o vagão no trem da ciência.