A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente um relatório que lança luz sobre a epidemia silenciosa da hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Hipertensão: uma ameaça global

A OMS revelou que aproximadamente um terço da população adulta global sofre de hipertensão, uma condição que é frequentemente assintomática, ganhando o apelido de "assassina silenciosa". No Brasil, a situação é ainda mais grave, com impressionantes 45% dos adultos enfrentando essa batalha contra a pressão alta.

Surpreendentemente, metade dos brasileiros com idade acima de 30 anos é afetada pela doença.

Tratamento insuficiente e consequências mortais

Um dos aspectos mais preocupantes do relatório é a baixa taxa de tratamento adequado para a hipertensão. Apenas um terço dos hipertensos no Brasil consegue controlar efetivamente a doença, e a situação não é muito diferente no cenário global, onde quatro em cada cinco pessoas com hipertensão não recebem o tratamento necessário.

A falta de tratamento adequado coloca milhões de vidas em risco, já que a hipertensão não controlada pode levar a consequências graves, como acidente vascular cerebral (AVC), ataque cardíaco, danos renais e até mesmo demência. A OMS estima que se os países melhorarem a cobertura do tratamento, milhões de mortes e eventos cardiovasculares podem ser evitados até 2050.

Fatores de risco modificáveis

O relatório enfatiza que, embora a idade e a genética desempenhem um papel no desenvolvimento da hipertensão, fatores de risco modificáveis desempenham um papel significativo. Entre esses fatores, uma dieta rica em sal, a falta de exercícios físicos e o consumo excessivo de álcool são apontados como culpados.

No Brasil, o consumo de sal está muito acima das recomendações da OMS, com os brasileiros ingerindo cerca de 12 gramas de sal por dia, enquanto o limite recomendado é de apenas 5 gramas. O excesso de sódio na circulação leva à retenção de líquidos, elevando a pressão arterial.

Soluções e prevenção

Os especialistas enfatizam a necessidade de uma abordagem abrangente para combater a hipertensão.

Isso inclui não apenas o tratamento medicamentoso, mas também mudanças no estilo de vida. Campanhas de conscientização e intervenções na atenção primária à Saúde são essenciais para educar a população sobre os perigos da hipertensão e promover a adoção de hábitos saudáveis, como a redução do consumo de sal e a prática regular de exercícios.

A OMS destaca que a prevenção, a detecção precoce e o gerenciamento eficaz da hipertensão são estratégias altamente custo-eficazes na área da saúde. Portanto, é fundamental que os países priorizem essas medidas em seus sistemas de saúde.