A Netflix, aproveitando a crença na bizarra teoria de que o planeta Terra é plano, vai estrear na próxima quinta-feira (14) o documentário "A Terra é Plana".
Graças à popularização de teorias conspiratórias divulgadas por meio de vídeos na internet que abordam este tema, os chamados "terraplanistas", apoiadores da teria da Terra plana, acabam de ganhar um documentário sobre o tema.
Dirigido por Daniel J. Clark, o nome original da produção é "Behind The Curve", a produção faz questão de deixar bem claro que não acredita nesta teoria, chegando até mesmo a desconfiar que os youtubers responsáveis por inundarem a internet com vídeos e demais conteúdos sobre o tema pudessem ser trolls ou simplesmente fakes.
Mas o diretor conta que ao encontrar essas pessoas pessoalmente, viu que eles levavam muito a sério esta crença.
A grande questão
Daniel comenta que a grande questão de seu filme é se perguntar por que eles acreditam nesta teoria. O diretor explica que a resposta para este questionamento é variada, porém, muitas pessoas são atraídas pela ideia de que estão sendo enganadas e acreditam em suas próprias percepções do mundo, estas percepções seriam mais acuradas do que o que outras pudessem lhes dizer.
Daniel conta ainda que vê um ponto comum entre os terraplanistas, eles tendem a acreditar em outras teorias conspiratórias tais como: o boato que diz que o homem nunca foi à Lua, fake news sobre o 11 de setembro entre outras teorias do gênero.
O documentário tem como figuras centrais Mark Sargent e Patrícia Steere. Curiosamente, os dois são o estereótipo de americanos que acreditam em conspirações.
Mark foi um jogador de videogame profissional, mora com sua mãe idosa e acredita viver num mundo de ilusões, como o que é visto no filme "O Show de Truman". Patrícia é uma radialista vegana, fã da banda The Smiths e também aficionada de gatos.
Mas a intenção do documentário não é debochar dos dois, segundo cientistas e psicólogos ouvidos pela produção, isto só iria fazer com que eles se isolassem ainda mais do mundo.
Daniel J. Clark teoriza que há dois grandes motivos para explicar como uma ideia tão anticientífica pode ter ganhado tanto destaque nos últimos anos.
A politização de assuntos científicos diante de interesses econômicos é um dos motivos.
O outro motivo é a falta de ética de muitos acadêmicos que desacreditam a comunidade científica no geral ao publicarem pesquisas com pouco rigor.