Em tempos de pandemia, os grandes estúdios estão tendo que quebrar a cabeça para arrumar maneiras de promover seus blockbusters.

Sem dúvida, a produção da Warner/DC "Mulher Maravilha 1984" era uma das grandes promessas de sucesso nas bilheterias em 2020.

Com as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, será preciso aguardar para ver como será o desempenho da produção nos cinemas.

O filme dirigido pela cineasta Patty Jenkins estreou nesta quinta-feira (17) no Brasil e estreará na próxima semana nos Estados Unidos.

Gal Gadot retorna para a segunda aventura da amazona mais famosa dos quadrinhos. Gadot teve sua primeira aventura solo como a icônica personagem em 2017, em "Mulher-Maravilha", no ano anterior a atriz israelense já havia vivido a personagem no extremamente criticado "Batman vs Superman: A Origem da Justiça".

Marvel vs DC

As editoras Marvel Comics e DC Comics são as duas referências quando se fala de super-heróis. O que acaba provocando uma polarização entre os fãs de quadrinhos.

Polarização esta que migrou da mídia impressa para o audiovisual. Se no mundo das HQs a disputa é parelha, o mesmo não se pode dizer das versões dos super-heróis para o Cinema. Nesta mídia, a Marvel está bem a frente da rival DC.

Por motivos diversos, a Warner/DC não conseguiu, até o momento, construir um universo unificado destes superseres.

Vez ou outra surge um filme que quebra a barreira da mediocridade do universo DC nos cinemas, como exemplo: "Shazam!"; "Aquaman" e os dois filmes da habitante mais famosa da Ilha de Themíscera.

Existem também os fãs que não estão habituados com as histórias em quadrinhos, mas acompanham os super-heróis pelos filmes, tanto da Marvel quanto da DC.

Até mesmo este público pode sentir um certo estranhamento com os filmes da DC.

Então a dica é ir assistir ao novo capítulo da franquia da Mulher Maravilha de coração aberto.

Qualquer comparação com a Marvel deve ser abandonada, pois já ficou claro que a intenção da Warner/DC não é usar de forma exagerada o humor, como é a especialidade da Marvel Studios.

Sempre que os filmes do DCEU (como é conhecido o universo de obras da DC fora dos quadrinhos) tentaram pegar mais pesado no humor, os resultados não foram muito satisfatórios, exceto por "Shazam!".

A segunda aventura solo de Diana Prince/Mulher Maravilha é mais uma produção deste universo que não convence com a maioria de suas piadas, ainda que isto não deponha contra o filme.

Outro ponto em que a Marvel Studios é bem melhor que a rival é nas coreografias de lutas e efeitos visuais.

Embora neste último item "Mulher Maravilha 1984" se saia bem melhor que o filme anterior.

Mas as coreografias de lutas bem que poderiam ter sido mais convincentes, ainda que não sejam decepcionantes.

1984

O título do filme é auto-explicativo, a trama é ambientada na colorida década de 1980. Mas frustrando as expectativas que foram criadas ao longo de meses de espera, o filme não é uma espécie de "Stranger Things".

A produção dirigida por Pat Jenkins não procura causar um sentimento nostálgico no grande público ao fazer referência à época, mérito para o roteiro da própria Jenkins em parceria com Dave Callaham e Geoff Johns.

Talvez a característica mais marcante das produções da concorrente da Marvel é a sua opção por contar histórias mais densas, que tentam investigar as motivações e sentimentos de seus personagens, ainda que o DCEU não tenha obtido resultados convincentes nesta abordagem.

O filme protagonizado por Gal Gadot (que agora também assina como produtora) é a exceção que confirma a regra, assim como já havia sido o primeiro capítulo da saga.

No filme de 2017 o público era apresentado a uma protagonista que teve que aprender a viver em um mundo dominado por homens, diferente de sua terra natal, que é uma sociedade matriarcal.

Diana Prince foi introduzida no mundo dos homens em plena Segunda Guerra Mundial, então era comum ver o estranhamento da amazona com o papel secundário que a mulher ocupava na sociedade.

O novo filme traz de volta a personagem mais de quarenta anos depois, desta vez sem o ar ingênuo de outrora.

Diana é uma mulher segura de si e que leva uma vida solitária, por sua própria opção, ela carrega ainda a dor da perda de seu namorado, Steve Trevor (Chris Pine), falecido no filme anterior.

Trevor está de volta na nova aventura e sua volta do mundo dos mortos, faz sentido, dentro do universo do filme.

Se houve alguma suspeita em relação à escalação de Gal Gadot para dar vida à personagem, ela já havia sido dissipada já no filme anterior. Novamente a atriz brilha no papel.

Quem também se destaca é o ator Pedro Pascal, que interpreta o vilão fanfarrão Maxwell Lord, o personagem é um velho conhecido dos leitores de quadrinhos.

A atriz Kristen Wiig interpreta Barbara Minerva/Mulher-Leopardo. A personagem faz parte da galeria de vilãs da Mulher Maravilha.

A trama

A protagonista terá que deter o empresário ambicioso Maxwell Lord, que consegue uma maneira de realizar todos os seus desejos, então ele tenta dominar o mundo.

Para impedi-lo, Diana Prince contará com a ajuda de Steve Trevor e também terá que enfrentar a Mulher-Leopardo, a vilã tem um interesse particular para que Lord consiga seus objetivos.

Nos quadrinhos, Max Lord tem uma ligação importante com a Mulher Maravilha. A saga nos quadrinhos terminou com uma tragédia.

O filme então construiu uma trama similar ao que já havia sido visto nas HQs e deixa os fãs na expectativa para ver se o desfecho irá ser o mesmo. O final extra conta com a participação de uma figura lendária no universo da Mulher Maravilha.