Embora chame a atenção da mulher e provoque-lhe temores, de modo geral, um sangramento de cor mais escura, tendendo ao marrom, não é sinal de perigo. A causa habitual deste sintoma, segundo a doutora Bárbara Murayama, ginecologista, é que, quando a Mulher sangra menos, este sangue leva mais tempo para deixar o corpo, e, no caminho desde o útero, vai ficando escuro. Isso é mais comum no começo e no final do ciclo menstrual mensal. A médica ressalta, porém, que mudanças na frequência ou duração da Menstruação ou na quantidade de sangue eliminado devem ser levadas a um ginecologista e investigadas.

Segundo a doutora Bárbara, sangramentos uterinos anormais respondem por um terço das consultas a ginecologistas. As possíveis causas são variadas. Entre as causas da condição em mulheres não grávidas, estão: distúrbios hormonais, problemas do útero (miomas e pólipos endometriais entre eles), adaptação a anticoncepcionais ou mesmo câncer.

Para determinar o que está causando o sangramento anormal, o médico consultado procurará saber sobre suas características, além de procurar saber mais sobre o histórico da paciente, incluindo doenças que teve, como se alimenta, se passou por partos e de que natureza, além de outras informações

Sangramentos associados ao ato sexual podem ser causados por doenças do colo do útero ou doenças sexualmente transmissíveis, lesões vaginais ou ainda secura genital, algo comum na menopausa.

Entre os exames aos quais o profissional pode recorrer para diminuir as dúvidas quanto às causas do sangramento atípico, estão o exame externo da vagina, o exame especular, que permite observar a vagina e o colo do útero, o toque vaginal, que permite ter uma ideia preliminar da situação do colo do útero e dos ovários, o exame de Papanicolau e o ultrassom pélvico.

Suspeitas de doenças na vagina, na vulva ou no colo do útero podem exigir colposcopia e vulvoscopia para serem confirmadas ou afastadas. Se o exame de ultrassom aponta a possibilidade de mudanças no interior do endométrio, a mucosa que recobre o útero, faz-se necessário realizar a histeroscopia. Caso uma lesão suspeita seja encontrada pela histeroscopia, pela vulvoscopia ou pela colposcopia, uma biópsia deve ser feita.

É necessário a mulher estar alerta, porque alguns tipos de câncer vaginal têm por sintoma o sangramento anormal. A doutora Bárbara ressalta a necessidade de procurar um ginecologista para que os exames necessários possam ser feitos.