Em uma entrevista recente à revista Veja, o Padre Marcelo Rossi, um dos ícones da Renovação Carismática, movimento da Igreja Católica, falou sobre alguns dos desafios que enfrentou nos últimos anos, inclusive boicote por membros da Igreja Católica e problemas de saúde como depressão e anorexia. Na ocasião, o sacerdote admitiu que, antes de ter sofrido com o problema, achava que depressão era simplesmente frescura.
Entre os problemas de saúde enfrentados por padre Marcelo, ele mencionou a discopatia degenerativa, um problema da coluna vertebral do qual há mais de dois milhões de casos no país.
O aparecimento do mal é mais comum entre homens entre os 40 e 55 anos de idade, mas pode atacar membros de qualquer um dos gêneros e pessoas mais jovens.
Segundo Edson Pudles, ortopedista que preside a Sociedade Brasileira de Coluna, o crescimento ósseo das pessoas se prolonga até por volta dos 17 anos de idade e, depois que ele cessa, os ossos começam a sofrer desgaste. O aumento do número de casos (no Brasil, há dois milhões registrados) se deve, em boa parte, ao envelhecimento da população.
O processo degenerativo que causa a doença é caracterizado pela perda de água dos discos intervertebrais, estruturas de cartilagem que separam as vértebras, que, ao sofrer desidratação, perdem também espessura, o que prejudica os movimentos do indivíduo.
O problema costuma acometer pessoas que trabalham carregando peso de maneira inadequada ou mantêm uma postura incorreta por longos espaços de tempo, explica Pudles, que afirma ainda que nem sempre o processo é incapacitante ou doloroso.
Apesar da importância que o estilo de vida tem no desenvolvimento da doença (tipo de trabalho, obesidade, prática de certos esportes e tabagismos são todos fatores que aumentam o risco de desenvolver o problema), outro fator importante, o principal, segundo o neurocirurgião Márcio Ramalho da Cunha, é o genético.
Embora, por ser um processo degenerativo, a discopatia degenerativa não tenha cura. O desconforto que ela causa pode ser bastante amenizado com a adoção de medidas como prática de exercícios físicos e atividades em geral que favoreçam o alongamento do corpo e a mobilidade da coluna e com a manutenção de uma postura corporal correta e de um peso adequado à altura do paciente.
Atividades que causam hipertrofia dos músculos - como, obviamente, a musculação, por exemplo -, infelizmente, podem ter efeitos negativos porque aumentam o alongamento muscular. Casos mais graves exigem intervenção cirúrgica, mas, felizmente, segundo Pudles, 19 de cada 20 casos de discopatia degenerativa melhoram consideravelmente sem a necessidade de cirurgia.