Os horóscopos estão cada vez mais presentes no ambiente virtual, informou neste sábado (19) o jornal Hoje em Dia. Consultas e previsões tomaram conta das redes sociais, além de sites específicos e canais online oferecendo consultas personalizadas. A antiga exclusividade das páginas impressas de jornais e revistas, até transmissões no rádio e programas de TV ganha uma nova concorrência. A maioria das informações pode ser consumida gratuitamente no Facebook, Instagram, YouTube e em outras mídias, como portais na internet.

O jornal cita o portal Personare, como um dos mais populares e criado há 15 anos.

O faturamento dessa plataforma, que mescla conteúdo aberto e gratuito e pago, de 2017 para 2018, cresceu 18%, afirma Carolina Senna, que se dedica full time ao negócio com mais dois sócios. A popularidade da internet, segundo ela, está atraindo pessoas interessadas no autoconhecimento e além disso, estão entendendo a astrologia com mais seriedade. Além do contexto social, buscam explicações e tendências para fatos sociais e políticos, complementa. No Instagram, a grande popularidade está com o perfil Astroloucamente, com quase 3 milhões de usuários e é feito por um rapaz de 23 anos que prefere não se identificar, conforme apurou o jornal.

Astrólogos empreendedores

Um dos motivos dessa popularização, e até um certo reavivamento da astrologia, é a nova geração de astrólogos, de acordo com o portal G1.

São os chamados "astrosinfluencers", que impulsionam os trending topics nas redes sociais. Esse pessoal oferece oráculos descomplicados e com linguagem descolada, fazendo até mapa astral pelo WhatsApp. Isabella Heine, de 36 anos, formada em Comunicação Social pela PUB-RJ, diz que não queria se tornar astróloga, mas começou a fazer mapas astrais para ela mesmo e para pessoas conhecidas.

Há cinco anos ela começou a cobrar pelo trabalho. Hoje, posta diariamente, com linguagem divertida, e tem 22 mil seguidores no Instagram.

Outra astróloga na casa dos mesmos 22 mil seguidores no Instagram é Naúna Mello, 36 anos. Formada em jornalismo, criou em 2011 o site Mapeando, inspirada na norte-americana Susan Miler, reconhecida por ter popularizado os horóscopos nas jovens mídias.

O assunto está chamando a atenção da academia e foi estudado por pesquisadores - que utiliza a própria rede para colher informações. Como Peoplestrology, um coletivo de acadêmicos que estuda o por quê da astrologia ter se tornado um hit digital. Descobriram que a nova geração, não influenciada pelo boom do esoterismo hippie e new age das décadas de 60 e 70 --a chamada contracultura-- foram pegas pelas novas linguagens da tecnologia. Apontam esses estudos que 47% da Geração Z (nascidos entre 1994 e 2010) revelam interesse nos astros, enquanto entre os millennials (1979/1994) o número cai para 40%. Os pesquisadores explicam que essa geração recente não confia em quase nada em termos de instituições --governos, mídias, etc--, e estão se apegando ao que diz o além.