A casa onde o vocalista do Nirvana Kurt Cobain foi encontrado morto em 1994 está à venda. É a segunda vez que o imóvel é comercializado. Localizada em Seattle (EUA), a casa foi construída em 1902, no estilo Queen Anne, está avaliada em US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões) e possui 750 metros quadrados, quatro quartos, quatro banheiros e uma adega. Localiza-se a quinze minutos do centro de Seattle, cidade onde Cobain nasceu e berço de várias bandas underground que ficaram famosas, como Pearl Jam. É a maior cidade do Estado de Washington e possui um importante polo tecnológico, sede de grandes empresas como a Microsoft e Amazon.
Segundo a imobiliária responsável pela venda, a propriedade está intacta. Cobain, sua esposa, Courtney Love (cantora, compositora e pintora americana), e a filha do casal, Frances Bean Cobain, mudaram para lá em janeiro de 1994. Pouco meses depois, em 5 de abril, o músico foi encontrado morto na estufa. Foi declarado que ele tirou a própria vida com um tiro de espingarda, versão contestada por várias teorias da conspiração --como no documentário "Soaked In Bleach", lançado em 2015, no aniversário de 25 anos da morte do artista, que mostra que a arma não tinha as impressões digitais do cantor e um exame de sangue constatou elevadas doses de drogas, o que lhe impossibilitaria ter puxado o gatilho.
A viúva permaneceu na casa até 1997, quando foi vendida por US$ 2,9 milhões. A estufa onde ocorreu a morte do artista foi demolida e totalmente reformada por Courtney.
Vida louca
Em abril deste ano foi lançado o livro "Serving the servant: Remembering Kurt Cobain", onde o ex-empresário do artista, Danny Goldberg, recorda fatos marcantes na carreira do líder do Nirvana.
Cobain morreu aos 27 anos deixando um legado de genialidade e humildade, por trás do consumo de drogas e da depressão, segundo o autor, que era considerado um segundo pai por Kurt Cobain.
Em sua breve e bem-sucedida carreira, Cobain teve uma vida irregular. A revista Forbes listou em 2006 as personalidades mortas que mais haviam lucrado naquele ano com direitos autorais e o cantor ficou em primeiro lugar, com ganhos aproximados de US$ 50 milhões.
O consumo de drogas ocasionou momentos difíceis. Courtney Love também era viciada e confessou que havia consumido drogas durante a gravidez. Isso gerou um processo judicial e o casal perdeu a guarda da filha durante alguns meses.
A primeira tentativa de reabilitação do vício de drogas por parte de Cobain aconteceu em 1992, após ele descobrir que sua esposa estava grávida. Passou um período de internação numa clínica, e após isso ele partiu para uma turnê na Austrália, visivelmente magro devido à crise de abstinência. Ao retornar para casa, voltou ao vício. Em 1993, após apresentação num festival em Nova York, teve uma overdose. Ao invés de ser levado para um hospital, Courtney lhe aplicou uma injeção de Naloxona para reabilitá-lo.
Ele acordou e o show prosseguiu.
Em 1994, mais crise. Em turnê na Alemanha passou mal e foi parar num hospital em Roma devido a uma bronquite e laringite. Logo depois, teve uma overdose na mistura de champanhe e remédios, o que foi declarado para Courtney como a primeira tentativa dele tentar tirar a própria vida. Internado novamente para reabilitação em Los Angeles, Cobain fugiu da clínica e retornou a Seatle, sem que amigos e parentes soubessem onde estava. Em 8 de abril o corpo do artista foi descoberto sem vida por um eletricista que instalava um sistema de segurança na casa. O legista relatou que o corpo estava ali há dois dias. Cobain estava no chão com uma espingarda no peito e uma carta de despedida.
As controvérsias a respeito da versão de sua morte cresceram após Courtney Love contratar o detetive Tom Grant, conhecido por atuar em caso de celebridades. Ele apurou que a carta não tinha a letra de Cobain, não havia impressões digitais na arma, e colocou suspeitas de assassinato em Love --que havia ficado fora de casa durante o período em que o artista tentou tirar a própria vida. O filme "Soaked in Bleach" também defende essa versão.