Nesta quarta-feira (15), a guerra comercial entre EUA e China deve dar uma trégua, após acordo que propõe uma nova fase para ambos os países. O presidente americano, Donald Trump, e o vice-premiê chinês, Lui He, assinarão um acordo que tende a aumentar as compras chinesas de produtos agrícolas, manufaturados, energia e serviços fornecidos pelos EUA.

O conflito tarifário entre as maiores potências do mundo durou cerca de 18 meses, afetando bilhões de dólares em produtos, prejudicando o mercado financeiro e desacelerando o crescimento global. O documento, de 86 páginas, será assinado na Casa Branca, na presença de aproximadamente 200 pessoas envolvidas nos diversos setores ligados à economia de ambos os países.

A primeira fase do contrato destaca um ponto central que é a promessa da China de comprar mais de US$ 200 bilhões em produtos dos Estados Unidos no período de dois anos, com a finalidade de reduzir o déficit comercial bilateral dos EUA, que já chegou em US$ 420 bilhões em 2018.

Segundo informações da agência Reuters, a China deverá comprar US$ 80 bilhões em produtos dos Estados Unidos, dentre eles aeronaves, autopeças, carros, aparelhos médicos e maquinário agrícola. A China promete elevar em US$ 50 bilhões seus gastos com a compra de energia, em US$ 35 bilhões com o setor de serviços e em US$ 23 bilhões com compras agrícolas. Os valores foram comparados a cenário básico de exportações entre os países no ano de 2017, disse a fonte da Reuters.

Vitória política dos EUA

Os danos causados a economia de ambos os países não tira o prazer da vitória política de Donald Trump com a assinatura do acordo que marca uma nova fase na relação entre os países. Apesar de alguns problemas permanecerem pendentes, esse acordo comercial marca uma vitória política para os EUA.

Em 2016, Trump havia prometido aos seus eleitores que faria um acordo com a China, e nesta quarta que estará efetivando sua promessa, recordou Edward Alden, especialista em política comercial.

Essa trégua na guerra comercial tende a tranquilizar o mercado, que nos anos anteriores sofreu com as decisões de Washington e Pequim de impor tarifas punitivas mútuas.

Para o professor de economia da Escola de Comércio Internacional de Xangai, Xu Bin, os dois países alcançaram uma situação aceitável, mas isso não significa que algum dos dois saíram vitoriosos nesse acordo, pois há outras pendências de ambas as potências a serem resolvidas.

Até o momento acredita-se que o acordo irá estimular a economia americana e fortalecer a confiança do consumidor, bem como impulsionar novos investimentos das empresas que tiveram uma queda em 2019 por causa da crise que assolou o país e suas relações.