O isolamento social imposto pelo governador João Doria (PSDB) e que está em vigor desde a última terça-feira (24) fez o preço do botijão de gás disparar e faltar em alguns lugares. Em outros, a procura faz com que haja aglomeração de pessoas em longas filas.

O gráfico Gilmar Fernandes reclama que antes para tirar o botijão na revendedora o preço era de 65 reais, subindo para 70 caso fosse necessário fazer a entrega no endereço. Ele disse que hoje o botijão custava 90 reais. Já nas vendas por aplicativo tinha botijão chegando a custar 120 reais.

Em alguns bairros da zona sul de São Paulo, havia em alguns postos de vendas a placa informando que o produto havia se esgotado. Em outras localidades da capital e também da grande São Paulo, os revendedores passaram a receber menos botijões e muitas filas foram registradas. A espera em alguns pontos chegava a uma hora e alguns consumidores reclamam que nem os carros que vendiam botijões estão passando mais.

“Quando a gente não tem, cria uma fila de espera muito grande”, disse o gerente de uma loja do bairro Campo Belo. Ele revelou que normalmente costumava receber diariamente 400 botijões, mas que nesta quinta-feira (26), vieram apenas 100.

Filas e procuras em vários locais

A falta dos botijões tem obrigado as pessoas a saírem mais de uma vez de suas casas, porque nem sempre encontram os produtos da primeira vez que vão a uma revendedora.

“Eu já havia passado aqui outras vezes pra ver se tinha chegado”, revela o autônomo Sandro Dias, que mora no Jardim Vera Cruz. Já o operador Tiago de Souza disse que havia ido em três locais e sempre voltado para casa com os botijões vazios.

O aposentado Marco Dorival Marcos foi mais além, tendo percorrido seis bairros e ido a 15 postos, mas sempre encontrando o aviso de que o produto havia se esgotado.

Ele revela ainda que em cada lugar que ia havia sempre outas pessoas também procurando.

Há lugares que quando o caminhão chega, não dá tempo nem de descarrega-lo, tamanha é a quantidade de pessoas esperando.

ANP diz que não faltará gás

O Sindicato das Empresas Distribuidoras (Sindigás) emitiu uma nota onde diz que estão sendo feitas adequações para adequar o suprimento na Grande São Paulo e também na capital e isso deverá ser concluído entre sete e dez dias.

O Sindicato descartou a hipótese de desabastecimento, afirmando que está trabalhando a plena carga e que há gás para atender todo o mercado e diz ainda que a procura pelo GLP subiu 8% porque as pessoas estão antecipando a compra do produto. O Sindigás pede ainda que as pessoas fiquem em casa e compre o gás através das plataformas de vendas.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por sua vez, informou que o abastecimento está normal e classificou como pontual a falta dos botijões em algumas localidades.