Nesta sexta-feira (27), a Petrobras informou a Reuters que a partir desse sábado (28) irá reduzir o preço médio da gasolina nas refinarias em 5% e do diesel em 3%. A redução ocorrerá em meio a um tombo nos preços do petróleo provocado pelo impacto que a pandemia do coronavírus tem gerado no Brasil e no mundo, além da guerra de preços entre os grandes produtores globais.
A Companhia anunciou a redução no preço pela segunda vez esta semana. Com esse novo corte, estima-se que a queda somará cerca de 43% para todo o ano de 2020. Em relação, ao diesel da estatal calcula-se que irá acumular uma queda de cerca de 30%.
Na última quarta-feira (25), a Petrobras havia anunciado uma redução no valor médio da gasolina para as refinarias em 15%.
O preço da gasolina e do diesel para consumidor final não é imediato
O repasse de ajustes nos combustíveis para o consumidor final não será imediato e irá depender de diversos fatores, tais como o consumo de estoques, margens de distribuição, impostos, revenda e da mistura de biocombustíveis. esses fatores estão sofrendo o impacto da onda provocada pelo Covid-19 e tendem a atrasar o reajuste no preço para o consumidor.
O petróleo Brent sofreu uma redução de mais de 60% nesses três meses. Nesta sexta-feira (27), foi negociado o barril em cerca de 24 dólares devido à queda na demanda frente a pandemia do Covid-19, além de um aumento da oferta, visto que a Rússia e a Arábia Saudita não entraram num acordo para reduzir a produção.
De acordo com a Petrobras, sua política de preços segue o princípio de paridade de importação, ou seja, leva em conta os preços nos mercados internacionais atrelado aos custos dos importadores, tais como o transporte e as taxas portuárias que tem impacto direto no câmbio.
Covid-19 tem impactado a distribuição de combustíveis
Nesse primeiro trimestre de 2020, o corte na gasolina já é o nono para as refinarias e do diesel já é o oitavo.
Já nas bombas, até a última sexta (20), o repasse caiu apenas 1,5% na gasolina e 4,4% no diesel. Devido as medidas de isolamento social por causa do novo coronavírus, o país passa por um forte entrave nos repasses, visto que as distribuidoras e os postos estão com dificuldades para vender os estoques antigos, segundo executivos e especialistas.
O isolamento social aponta que o setor sofreu uma queda de 50% a 60% nas vendas dos combustíveis automotivos, como a gasolina e o diesel, devido a redução do tráfego de veículos. Contudo, o transporte de cargas não parou geral, mas sofreu uma redução de 20% do consumo. O professor da FGV EAESP, Rafael Schiozer, a rotatividade nos postos está baixa, pois, as pessoas estão saindo menos de carro, isso mantém os estoques rodando pouco e tem um impacto direto na economia.