Nesta terça-feira (31), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, informou que a previsão é que a economia brasileira poderá começar a melhorar no último trimestre do ano e que a recuperação estará ‘boa’, somente, em 2021.

O presidente Campos Neto, ainda, afirmou que o BC irá revisar a projeção da variação real do Produto Interno Bruto (PIB), que ainda se mantém em zero. Em entrevista a CNN Brasil, Campos Neto, afirmou que o momento em que o Brasil e o mundo está vivendo torna difícil uma previsão exata para os próximos meses, mas almeja que no último trimestre a economia comece a sentir melhoras.

Campos Neto, disse ainda que a economia brasileira estava dando sinais de melhoras, mas com o advento da pandemia do coronavírus (Covid-19) houve interrupção abrupta como se tivesse ‘caído um meteoro’.

Banco Central pode injetar R$ 1,2 trilhões no sistema financeiro

O Governo estima uma variação positiva do PIB ainda para este ano em torno de 0,02%, contudo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que tal expectativa está defasada.

De acordo com a pesquisa da Focus do Banco Central, estima-se que no mercado o PIB retraia a 0,48%, porém algumas casas supõe contração de mais de 3% no Produto Interno Bruto. Campos Neto, afirmou em entrevista que a situação atual requer um estimulo fiscal e ressaltou que o BC pode injetar 1,2 trilhão de reais no sistema financeiro brasileiro.

Em relação à linha emergencial de crédito para financiar as folhas de pagamentos das empresas, Neto afirmou que até quarta-feira estará saindo a Medida Provisória (MP) que dará respaldo para que a linha de crédito seja operada pelo BNDES.

A linha emergencial de crédito visa fornecer alívio de caixa as companhias. O programa conta com 40 bilhões de reais que será usado por dois meses para a folha de pagamento, também, das pequenas e médias empresas.

Esse recurso sai diretamente do Tesouro Nacional e dos bancos para dá um respiro aos empresários e aos microempresários que tem sentido a queda na economia frente a pandemia do coronavírus que tem impossibilitado que a engrenagem da economia brasileira se desenvolva com eficácia.

Política Monetária e o Câmbio

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu o princípio da separação entre o câmbio e a política monetária, na qual o câmbio é flutuante, a taxa de juros é o instrumento da política monetária e as medidas macroprudenciais tendem a estabilizar o sistema financeiro.

Contudo, reconheceu que existe conexão entre todos esses fatores.

Campos Neto disse que a autoridade monetária tem um vasto arsenal para o câmbio e acredita estar preparado, porém não tem o objetivo de defender o nível do câmbio, mas objetiva que seja mantida a funcionalidade do mercado nacional.