A pandemia do novo coronavírus que o mundo atravessa neste ano de 2020 provocou, e ainda provocará, muitas mudanças em diversos setores da sociedade. E isso também se refletirá no mercado de trabalho e na forma como as empresas passarão a selecionar seus novos funcionários.

O isolamento social e as limitações de deslocamentos abriram caminhos alternativos para a rotina de trabalho, sendo o principal deles o aumento significativo de pessoas que passaram a desenvolver seus trabalhos de casa, o chamado home-office. Essa tendência deve não apenas permanecer, como também a partir de agora nortear a escolha das empresas no momento de contratar funcionários para determinadas funções.

Em entrevista exclusiva à BlastingTalks, o CEO da empresa de recrutamento Luandre, Fernando Medina, analisou as transformações que o momento que estamos atravessando causou no processo de seleção de candidatos a uma vaga de trabalho. Segundo ele, a escolha de quem preencherá as vagas também passará a ser online, eliminando dessa forma processos lentos e burocráticos.

“Muitas empresas tinham processos seletivos lentos e burocráticos. Com a pandemia isto teve que mudar ‘na marra’”, analisa Medina. Ele também acredita que a questão de localização passará a não influenciar tanto, uma vez que com o home-office a empresa poderá buscar o melhor candidato onde ele estiver.

Blasting News: Como a pandemia do novo coronavírus impactou diretamente a Luandre?

Fernando Medina: No nosso caso foram 4 grandes mudanças: 1- Alguns clientes, de áreas essenciais, estão tendo um boom de contratações. Como parâmetro, estamos crescendo quase 30%. 2- Ao mesmo tempo que algumas empresas tiveram um enorme aumento, a maioria das empresas congelou as contratações. 3- Outra mudança foi ter a equipe 100% Home Office, algo que foi totalmente novo pra nós 4- E por fim, a mudança na maneira de fazer os processos seletivos, agora também 100% virtuais.

Já é possível saber o impacto que a pandemia provocará no mercado de trabalho brasileiro?

Não da para precisar o impacto, mas sem dúvida deixará marcas profundas. Muitos negócios fechando, muita gente perdendo o emprego. Quanto mais rápido voltarmos, com segurança, mais rápida será a recuperação da economia e dos empregos.

O Brasil ainda vive o período de quarentena, mesmo assim, houve aumento na procura por vagas nos últimos dois meses?

Houve algum setor que abriu mais oportunidades de trabalho?

Quanto mais desemprego, maior a procura. Os setores que mais tiveram oportunidades foram aqueles considerados essenciais, porque estão em pleno vapor.

O mundo se prepara para viver um “novo normal” após a pandemia. Isso também acarretará mudança de perfil de candidatos que as empresas procuram? O que as empresas passarão a buscar a partir de agora? E como o candidato deve se preparar?

Um fator que ainda era muito importante era a questão da localização, da distância entre residência do candidato e empresa. Agora, acredito que isto vai mudar, porque muitas funções de fato podem ser feitas à distância, então a empresa pode buscar o melhor candidato, esteja ele onde estiver.

Houve aumento de vagas para trabalhos em home-office?

Sim, a maioria das empresas teve que se adaptar e ter ao menos parte da equipe neste formato.

Qual o legado que a pandemia deixará para o mercado de trabalho e também no processo de seleção feito pela Luandre?

Acho que a pandemia acelerou a transformação digital e quebrou paradigmas. Muitas empresas tinham processos seletivos lentos e burocráticos. Com a pandemia isto teve que mudar “na marra”. Os candidatos também, muitos preferiam ainda ir até as unidades, agora eles estão sendo obrigados a preencher suas informações e fazer os processos seletivos de maneira online.