Nesta terça-feira (7), o Palácio do Planalto se reuniu com os ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Relações Exteriores para discutir medidas que proíbam a realização de queimadas na Floresta Amazônica. As medidas têm como objetivo alcançar a redução do desmatamento durante o período da seca.
O decreto foi elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente e tem a pretensão de proibir atividades na Floresta Amazônica por 120 dias. No ano de 2019, a medida foi adotada por 60 dias.
A reunião e o tema foram divulgados nesta terça-feira pelo jornal Valor Econômico e foram confirmados pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (8).
As críticas de investidores estrangeiros sobre a política ambiental do Brasil é incisiva. Por esse motivo, o decreto visa responder a tais observações exteriores.
Aumento dos focos de incêndio na Amazônia
Os focos de incêndio na Amazônia têm aumentado significativamente. Quando comparados ao ano anterior (2019), o índice subiu para 18,5% no último mês de junho. No total, foram aproximadamente 2.500 focos de queimadas no bioma nesse primeiro semestre de 2020, sendo esse o maior índice desde o ano de 2007, que contou com 3.517 focos no mesmo período daquele ano.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é o responsável pelo monitoramento de toda a Floresta Amazônica. Contudo, as medidas de proteção da floresta não estão ocorrendo de forma eficaz para evitar as queimadas, e isso está refletindo negativamente no exterior.
Empresários criticam a postura do Brasil
O presidente Jair Bolsonaro mostrou preocupação quando empresários que detêm cerca de US$ 3,7 trilhões em ativos ao redor do mundo criticaram a postura do país frente aos desmandos ocorridos na Amazônia.
Diante da carta aberta, o presidente Bolsonaro solicitou uma reação imediata da equipe ministerial para solucionar a questão.
No documento, foi detectada uma reação negativa do exterior quando a informação de que cerca de 23% das florestas são de terras públicas e registradas de forma ilegal como propriedades privadas.
Para evitar maiores transtornos com os investidores estrangeiros, o presidente Bolsonaro está preparando um pacote de medidas a serem tomadas para melhorar a imagem do país e assim acalmar os ânimos dos empresários.
O Conselho da Amazônia é coordenado pelo vice-presidente Hamilton Mourão e tem o objetivo de, nesse momento, melhorar a imagem do país frente à União Europeia. Isso porque o governo teme uma fuga de investimentos estrangeiros.
A estratégia pretende gerar um ambiente positivo e de confiança, de modo que possa atrair mais recursos externos. Em especial, nessa fase em que a pandemia da Covid-19 tem influenciado diretamente na economia.