Nesta quarta-feira (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não será possível prorrogar o auxílio emergencial com o atual valor de R$ 600. "O Brasil não aguenta muito tempo", disse Guedes.

Durante a audiência virtual que trata da reforma tributária que está sendo promovida pelo Congresso e diante da pressão dos parlamentares que discutem sobre a ampliação do programa, Guedes disse que acabou limitando a duração da medida.

De acordo com a proposta original de Guedes, o valor para o pagamento do auxílio seria conforme a média do Bolsa Família, ou seja, R$ 200 para os trabalhadores informais, contudo, o Congresso pressionou para que a quantia fosse de R$ 500 e estendida aos beneficiários do Bolsa Família.

Apesar dos debates sobre o valor do auxílio, este acabou ficando em R$ 600. Segundo Guedes, com o valor por ele sugerido inicialmente seria possível manter o auxílio por seis meses ou um ano, mas com os atuais R$ 600, fica difícil estender mais.

'Não dá para continuar', diz Bolsonaro sobre auxílio emergencial

Nesta quarta-feira (5), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o benefício não poderá continuar por mais tempo, já que os valores destinados aos contemplados tem provocado forte impacto financeiro na economia do Brasil.

O pagamento do auxílio emergencial tem custado por mês R$ 50 bilhões ao Governo e tem impossibilitado a continuidade da economia do Brasil, em especial, segundo Bolsonaro, no momento em que alguns governadores "teimam" em manter o comércio fechado.

No domingo (2), Bolsonaro afirmou que se continuar dessa forma irão arrebentar a economia do país.

Governo avalia estender o auxílio emergencial até dezembro

A equipe econômica do governo tem avaliado a possibilidade de extensão do auxílio até dezembro, porém com o valor de R$ 200. Isso porque membros da pasta estão apreensivos quanto ao impacto fiscal que tal medida surtirá na economia.

Apesar de defender o valor do pagamento em R$ 200, membros da pasta entendem que devido às pressões políticas poderá haver a prorrogação do auxílio.

Guedes não deseja parar o pagamento do benefício enquanto durar a pandemia da covid-19, porém alerta que o valor precisa ser negociado no Congresso. Isso significa, segundo ele, que o governo continuará atendendo o povo, mas com muita responsabilidade com a economia do Brasil.

Bolsonaro continua a defender abertura do comércio

Bolsonaro afirmou que a maneira de diminuir a dependência do auxílio é reabrindo o comércio nas cidades e que as medidas de isolamento social no país para conter o avanço da pandemia é um exagero.

Segundo Bolsonaro, caso a economia não volte andar será difícil pegar no tranco novamente, visto que cidades e Estados estão parados.