O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou nesta quinta-feira (12) que o pagamento do Auxílio Emergencial pode ser ampliado caso haja no país uma segunda onda de Covid. Segundo o titular da pasta, este não é o plano prioritário do governo, mas pode ser como uma forma de “reagir”. A declaração foi dada durante um evento organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). "Se houver uma segunda onda de pandemia, não é uma possibilidade, é uma certeza", disse o ministro durante o evento. "Nós vamos ter de reagir, mas não é o plano A", seguiu.
Guedes disse ainda que até o final deste ano o governo destinará 10% do PIB, cerca de R$ 600 bilhões, para auxiliar os desassistidos e combater os efeitos da pandemia do coronavírus no emprego e na renda.
Ainda de acordo com o ministro, caso haja uma nova onda no país, o conhecimento já adquirido pelo governo o fará gastar até 4% do PIB com eventuais gastos emergenciais em 2021. O ministro disse que o auxílio vai descendo junto com a pandemia, enquanto que a economia vai voltando.
O auxílio emergencial começou a ser pago em abril e inicialmente era para serem três parcelas de R$ 600. Depois houve uma prorrogação de mais duas parcelas com esse mesmo valor. A partir de setembro foram aprovadas mais quatro parcelas, porém no valor de R$ 300.
Guedes não revelou o valor dessa possível nova prorrogação e nem quantas parcelas seriam pagas.
Sobre a retomada da economia
O ministro Paulo Guedes também falou durante o evento sobre a retomada da economia no país. Segundo o ministro, o nível de retomada está sendo em “V”, o que significa uma queda brusca sucedida de um alto crescimento.
Guedes atribuiu a agricultura e aos supermercados a manutenção dos sinais vitais da economia, chegando a compará-la a um urso em período de hibernação, que quando acorda saiu faminto em busca de sua caça.
Ele disse ainda que o aumento do índice da inflação registrado nos últimos meses é temporário e que o governo está atento para adotar, caso seja necessário, a redução de impostos para produtos importados.
Guedes disse que quando houver o aumento da produção industrial e o que chamou de "aterrissagem" do auxílio emergencial, os preços tendem a recuar.
Em outro trecho da entrevista, quando o assunto abordado foi a criação de um novo imposto, o ministro disse que não haverá aumento de impostos para quem já paga imposto. “Mas quem nunca pagou, vai aumentar”, disse.
No final do mês passado, durante um evento realizado no Congresso Nacional, o ministro chegou a defender a criação de um imposto sobre transações digitais, mas depois, no mesmo evento, disse que o tal imposto, que chegou a ganhar o apelido de "digitax", estava morto.