O crescimento da Covid-19 no Brasil tem deixado o ministro Paulo Guedes (Economia) e sua equipe preocupados. Segundo avaliações colhidas pela Folha de S.Paulo, a situação da doença no país tem acendido sinais vermelhos. No entanto, para a equipe econômica do Governo o cenário atual é diferente do apresentado em meados de 2020 e não demanda medidas como o auxílio emergencial.

O assunto voltou à discussão no Congresso após os candidatos à presidência da Câmara mencionarem a possibilidade de relançamento do benefício, que foi pago à população de abril a dezembro de 2020.

Governo evita retorno do auxílio emergencial

Segundo avaliação do governo, o aumento de casos de Covid-19 está ligado às festas de final de ano e possivelmente às campanhas eleitorais que ocorreram nas cidades do país. Diante disso, a equipe econômica sugeriu esperar mais uns dias para observar qual será o rumo da pandemia. Para Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica, o país nesse primeiro trimestre irá passar por um momento difícil em relação à economia, mas ao longo do semestre estima que resultados positivos irão aparecer.

Outro fator que favoreceria a economia do país é a conscientização da população quanto ao respeito as medidas protetivas, inexistente no início da pandemia. Portanto, adotar maiores hábitos de higiene, como lavar as mãos constantemente, usar máscaras e evitar aproximações ou aglomerações, tem surtido efeito positivo tanto para a saúde física quanto a econômica do país.

O que de fato mudaria todo o cenário atual, segundo pessoas ouvidas pela Folha, seria um novo fechamento comercial amplo por parte dos governadores e prefeitos para frear o aumento do contágio pelo novo coronavírus.

De abril a dezembro do ano passado, cerca de 60 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo auxílio emergencial, o que custou ao Tesouro Nacional R$ 321,8 bilhões.

Auxílio é alternativa, mas demanda esforços extremos

Atualmente o Ministério da Economia tem destinado seu foco em estudos que possam contribuir para a execução de medidas que impeçam novos impactos fiscais para 2021 e o auxílio emergencial se mostrou um programa que vai na contramão da economia. Discutem-se como opções também o saque do 13º benefício dos aposentados e do FGTS e ainda o remanejamento de recursos para reforçar programas sociais como o Bolsa Família.

Votação na Câmara atrasa definição do orçamento

O orçamento de 2021 ainda não foi votado no Congresso, parte desse atraso se deve ao fato de ainda não ter eleito o novo presidente da Câmara. Os dois principais candidatos à cadeira são Artur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, e Baleia Rossi (PSDB-SP), apoiado por Rodrigo Maia, atual líder da Câmara.