O Governo federal prepara a agenda de aniversário dos 20 anos do Tesouro Direto e visa lançar um título que forneça a aposentadoria individual dos investidores. A compra do título poderá ser feita por meio da plataforma do programa de venda via internet.

O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, antecipou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que as análises já começaram a ser feitas para o lançamento do Tesouro Direto-Previdência. O título fará parte do cardápio de papéis ofertados dentro do Tesouro para aqueles que desejarem receber os valores após aplicação que deve durar entre 30 e 40 anos.

Portanto, o investidor que desejar obter uma renda mensal futura, terá o valor calculado com base na quantidade de títulos acumulados no período.

Tesouro Direto- Previdência

É importante destacar que o aplicador desse tipo de título não poderá receber o pagamento do fluxo de juros do papel durante o período da aplicação. Somente, ao finalizar o tempo de aplicação é que o investidor passará a receber o pagamento mensal, tal como uma aposentadoria.

Por tanto, caso o investidor queira ter uma renda de R$ 5 mil mensais, este deverá saber a quantidade de títulos que irá adquirir para que a sua aposentadoria durante um período de 30 ou 40 anos. Conquistada a aposentadoria, esta será garantida por 20 anos.

De acordo com Valle, esse título tem um potencial de fornecer educação financeira e previdenciária para todos que dele se interessar.

A inspiração para o desenho do novo papel advém dos estudos de Robert Merton, Nobel em Economia, de Arun Muralidhar e do brasileiro Fabio Giambiagi que publicou um artigo abordando o tema juntamente com André Dovalski, Mauricio Leister e Arlete Nese.

Tesouro Nacional também pretende emitir títulos públicos com o selo ESG

O selo ESG tem origem na publicação do Banco Mundial, Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) juntamente com instituições financeiras de nove países que também estão preocupados com o cenário global atual.

Dessa forma, o Tesouro Nacional também tem estudado a possibilidade de emissão de títulos públicos com a marca ESG (meio ambiente, social e governança).

Os títulos "verdes" são voltados a responsabilidade ambiental, ao cuidado social e governança corporativa. Questões bastante debatidas

O lançamento do título ESG iniciará no mercado internacional, após o governo definir quais os indicadores que serão usados, segundo informações de Otavio Ladeira de Medeiros, subsecretário da Dívida Pública do Tesouro.

Segundo analistas, ingressar nesse tipo de mercado (ESG) é um modo estratégico de aproveitar o momento de grande oferta de recursos, ao mesmo tempo em que investidores têm cobrado cada vez mais um compromisso firme nessa pauta. Até momento, cerca de 22 países ao redor do mundo, já fizeram emissões de títulos públicos ligados a ESG. Estima-se que o número de países que adote títulos voltados para o meio ambiente, o social e a governança (ESG) comece a crescer rapidamente.