As expectativas dos indicadores econômicos para 2022 não são as melhores, devido a deterioração ocorrida ao longo de 2021 sob a gestão do governo Bolsonaro. Segundo dados do jornal Folha de S. Paulo, a inflação brasileira superou em setembro a barreira dos dois dígitos e provavelmente a Selic (taxa básica de juros) também alcançará a marca.
Há ainda um grande risco de queda do Produto Interno Bruto (PIB), podendo então levar o país a recessão. Na avaliação de economistas, o Banco Central (BC), tem elevado os juros para conter a escalada de preços diante dos sinais que têm sido emitidos pelo Governo remetendo a ideia de abandono da âncora fiscal.
Moeda brasileira é desvalorizada sob a gestão da equipe econômica de Bolsonaro
Para os economistas, a estratégia do BC deprime excessivamente a atividade resultando em um efeito limitado para controle da inflação. O prêmio de risco para a curva de juros foi elevado, após o ruído de que haveria mudança de regime fiscal na intenção de abrir espaço no teto de gastos, afetando assim as expectativas para a inflação.
Esse movimento tem impactado diretamente nos preços, de forma geral, especialmente, devido à desvalorização do real frente ao dólar.
Auxílio Brasil de Bolsonaro requer reordenação das despesas, diz economista
O intuito principal do governo Bolsonaro era criar uma fonte de recursos que fosse capaz de custear o programa Auxílio Brasil que substituiu o Bolsa Família.
Segundo Patrícia Pereira, estrategista-chefe da MAG Investimentos, o auxílio em si não é o problema. A questão gira em torno de reordenar as despesas para arcar com as necessidades das pessoas estão em situação de vulnerabilidade.
Atualmente, o Brasil tem sentido o aumento da extrema pobreza e é importante que o governo olhe para essa situação, independente de ser ano de Eleições presidenciais, afirmou a economista.
Impactos do governo Bolsonaro nas projeções econômicas para 2022
Contudo, as projeções indicam que 2022 provavelmente crescerá econômicamente entre zero e 0,5%. Segundo os dados, a inflação de 2021 quase dobrou o teto da meta que era de 3,75% e o limite superior de tolerância, 5,25%.
Para o próximo ano, já se previu, na semana passada, uma alta de preços de 5,03%.
Mas, na tentando frear a alta dos preços, o Banco Central (BC) tem elevado os juros básicos a 9,25%. Estima-se que em fevereiro a taxa chegará a 10,75%. E até dezembro de 2022, estará acima de 11,25%.
Atualmente o segmento mais competitivo e dinâmico da economia brasileira é o agronegócio que apesar de ter piorado a partir de 2019 ainda é o que sustenta a economia brasileira.
O atual governo não tem demostrado se há planos, metas ou programas para a política econômica do país. A única reforma relevante foi a da Previdência, um assunto que já havia sido encaminhado pelo ex-presidente Michel Temer. Na área econômica federal, apenas o Ministério da Agricultura e o Banco Central demonstraram eficiência e alguma clareza de objetivos, de acordo com Rolf Kuntz, colunista do jornal O Estado de S. Paulo.