O Enem 2019 corre o risco de não ser realizado. A RR Donnelley, gráfica multinacional responsável por imprimir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desde 2009 encerrou suas atividades no Brasil. Nesta segunda-feira (1°), a gráfica afirmou que "precisou encerrar suas atividades". O culpado pela saída da empresa do Brasil é a atual condição do mercado, de acordo com informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo.

A notícia repentina pode significar a não realização do Enem em 2019. Os motivos para isso são vários. O primeiro deles é que, para a prova ser aplicada em novembro, há um rigoroso cronograma que estipula, por exemplo, que a impressão dos cadernos e de todo o material gráfico do exame seja feita até maio.

Gráficas não faltam no Brasil, mas além de a empresa ter que ser muito grande devido à quantidade de material impresso, ainda é necessário cuidado redobrado com a segurança e trabalho cuidado de logística. Ou seja, não é toda empresa que pode realizar o trabalho.

Mudanças e demissões no Ministério da Educação

O Ministério da Educação, pasta liderada por Ricardo Vélez Rodriguez, é que vem recebendo mais críticas dentro do governo de Jair Bolsonaro. Recentemente, Vélez foi sabatinado por deputados e acabou humilhado pela deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP), de 24 anos, que pediu que ele se demitisse da pasta.

Na semana passada, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela realização do Enem, Marcus Vinicius Rodrigues, foi demitido pelo ministro.

Em seguida, o chefe da diretoria de avaliação da Educação Básica do Inep, Paulo Teixeira, pediu demissão. Motivo: solidariedade com o colega demitido. Todo este cenário coloca em cheque o bom andamento da pasta.

A demissão de Vélez Rodrigues foi cogitada, mas o presidente Bolsonaro negou que fosse mandar embora o ministro indicado por Olavo de Carvalho.

Bolsonaro, porém, garantiu que conversaria com Vélez Rodrigues.

Números do Enem

Em 2018, 5,5 milhões (5.513.708) se inscreveram para fazer a prova do Enem, que é a porta de entrada para alunos em universidades públicas e privadas. No processo de impressão na gráfica, 300 funcionários participam do trabalho. Eles são monitorados em todo o tempo.

Onze milhões de provas foram impressas. Para isso, foram usadas duas mil toneladas de papel. A prova foi aplicada em 1.725 cidades brasileiras. Na aplicação do exame, 600 mil pessoas participam: de coordenadores a médicos.

A RR Donnelley assumiu os trabalhos para realizar a prova em 2009, quando o exame foi vazado. Os estudantes, que já iniciaram os estudos para este ano, esperam que a prova seja realizada normalmente.