O Poços de Caldas FC, time do interior de Minas Gerais que disputa a terceira divisão do Campeonato Mineiro, fechou a contratação do goleiro Bruno, que cumpre pena em regime semiaberto domiciliar. Ele obteve a progressão de pena no final do mês passado e dentre as regras que tem que cumprir está ficar em casa entre as 22h e as 6h, além de ter que arrumar um emprego fixo.

Bruno foi condenado a 22 anos e quatro meses de prisão pelo assassinato de Eliza Samudio, em 2010. Além do homicídio triplamente qualificado, motivo torpe, uso de asfixia e sem chance de defesa para a vítima, ele também foi condenado pelos crimes de ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado do filho que teve com Eliza.

O time até usou as redes sociais para tentar fazer um mistério antes de oficializar a contratação do jogador. “Nosso trabalho é um trabalho social dando oportunidade a todos”, iniciava a postagem feita pela assessoria de imprensa. A mensagem prometia ainda que em breve seria anunciada uma grande contratação.

Torcedores não aprovaram

Mas os torcedores aparentemente não gostaram nada da novidade e as redes sociais do clube sofreram uma enxurrada de críticas por conta da possível chegada do goleiro, mas houve ainda quem fosse a favor.

“Se o Brasil fosse um país sério esse assassino teria que cumprir sua pena na cadeia”, escreveu um seguidor. Já outro, parabenizou ironicamente a diretoria do time e sugeriu que a diretoria também desse uma segunda chance para Eliza.

Outro disse ainda que trabalho social é ajudar crianças carentes que estão em locais de vulnerabilidade a ter um futuro melhor e que a contratação do jogador não era trabalho social.

Teve também os torcedores que apoiaram a iniciativa do clube do interior minero a dar uma oportunidade de trabalho ao goleiro. “Se o cara não trabalhar vai viver como?", escreveu outro torcedor, lembrando que a profissão dele era jogar Futebol.

Goleiro teve rápida passagem pelo Boa Esporte

Essa não é a primeira vez que Bruno tenta retomar a careira após ter sido condenado. Em 2017, através de uma liminar ele acertou um contrato com o Boa Esporte, fato que gerou bastante repercussão na época.

Alguns patrocinadores decidiram abandonar o clube enquanto outros chegaram.

O jogador trouxe mais público para os jogos do time em casa, mas sofreu enorme rejeição nas partidas fora de Varginha, com o clube chegando a ser apontado como o mais odiado do Brasil.

A passagem do jogador pelo time de Varginha, no entanto, durou poucos jogos e após o Superior Tribunal de Federal caçar a liminar que o mantinha em liberdade, Bruno voltou para a prisão e teve seu contrato rescindido.