Com duas cobranças perfeitas de pênalti, Nenê assegurou, no último domingo (16), a vitória do Fluminense sobre o Internacional, em partida disputada no Maracanã, válida pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Foi o primeiro triunfo da agremiação das Laranjeiras na atual edição do certame mais importante do Futebol nacional e o fim do jejum de quase 50 dias sem o meia balançar as redes adversárias. Em entrevista virtual na tarde desta segunda-feira (17), o camisa 77 minimizou o fato de ter acabado a seca de gols. Segundo ele, o fundamental foi a conquista dos três pontos.

"Não tinha essa ansiedade e preocupação a isso. Não digo que era um jejum. Nós jogamos três finais do Carioca (todas contra o Flamengo), dois amistosos (Botafogo) e dois jogos do Brasileiro (Grêmio e Palmeiras). Minha obrigação é dar assistência, os gols eram um plus. O importante é ganhar. Se não ganharmos, fico bravo. A gente dá o melhor a cada jogo para ajudar o Fluminense", declarou o apoiador.

Apesar de ser artilheiro do Flu em 2020, o atleta de 39 anos não marcava desde o último dia 8 de março, na goleada de 4 a 0 sobre o Resende, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca.

Nenê também falou sobre o seu futuro. Negociando a renovação de seu contrato com o Flu (seu vínculo se encerra no final de 2020), ele disse querer permanecer nas Laranjeiras por mais um período e, ao ser questionado, descartou estar pensando, nesse momento, em encerrar a carreira.

"Tenho que fazer sempre o meu melhor, acredito que ainda tenho mais dois ou três anos de carreira. Não estou sofrendo mais que os meninos de 20 anos, não estou correndo menos que eles. Não tenho dores. Se vou renovar ou não, depende da diretoria... não só de mim", explicou.

Com quatro pontos e em nono lugar na classificação, o Fluminense volta a atuar pelo Brasileiro na quarta, às 19h15 (de Brasília), enfrentando, no Nabi Abib Cheddid, em Bragança Paulista, o Bragantino.

Para esse compromisso, o zagueiro Matheus Ferraz, recuperado de uma lesão muscular, poderá ser novamente relacionado.

Laranjeiras XXI se posiciona sobre estádio

No início da tarde da última sexta-feira, o grupo Laranjeiras XXI divulgou, em suas redes sociais, uma carta enviada ao presidente do Fluminense, Mário Bittencourt. No documento, questiona-se alguns pontos da entrevista concedida pelo mandatário no último dia 7 de agosto, mais especificamente sobre o projeto de revitalização do estádio das Laranjeiras.

Segundo o grupo, ao contrário do que declarou Mário Bittencourt, a reforma não tem qualquer cunho político e está galgada em vários aspectos, como o fato de o estádio ter sido construído para a prática do futebol e ser tombado pelo patrimônio histórico. Além disso, o empreendimento seria todo realizado dentro dos padrões exigidos pelo Estatuto do Torcedor e só precisaria da colaboração dos gestores do clube, sem qualquer aumento no orçamento da agremiação.

O Laranjeiras XXI é um grupo de conselheiros e torcedores do Fluminense que elaboram um projeto para tornar novamente viável os jogos do futebol profissional por lá. A ideia é ampliar a capacidade do estádio para 18 mil pessoas e receber jogos de pequeno e médio porte.

Além disso, seriam criadas outras opções de lazer, como cinema e um museu sobre a história do clube. Na longa entrevista do último dia 7 de agosto, o presidente tricolor Mário Bittencourt disse que enquanto não for apresentado um projeto totalmente viável, não concordará com a ideia. O mandatário alegou também que o assunto se tornou questão política e que, ao longo da história, o Maracanã foi o palco das maiores conquistas do Fluminense, enquanto que o time jamais venceu um grande título nas Laranjeiras.

No entanto, de acordo com levantamento de Sérgio Poggi, membro do Laranjeiras XXI, o Flu, no primeiro período do Maracanã, disputou 416 jogos, vencendo 210, empatando 108 e perdendo 98, representando um aproveitamento de 59% e, entre 1986 e 2003, no tempo em que também atuava nas Laranjeiras, o Tricolor, nas 335 vezes que esteve no eterno “Maior do Mundo”, venceu 154, perdeu 92 e empatou 89, um aproveitamento de 50%. Já nas Laranjeiras, o Flu, entre 1986 e 2003, jogou 186 partidas, obtendo 126 vitórias, empatando 31 e sendo derrotado em apenas 18 ocasiões, representando 69% de aproveitamento.