O Brasil se orgulha de ser o único país a disputar todas as edições da Copa do Mundo desde 1930 e, teoricamente, sempre vai representado com os seus melhores jogadores daquele momento. Os torcedores, porém, em conversas nos bares, nos restaurantes ou até nos estádios, quando falam sobre o assunto, fazem questão de lembrar de atletas com talento reconhecido, mas que jamais tiveram a oportunidade de vestir a camisa verde-amarela no principal torneio do Futebol mundial.
Aproveitando esse tema, o portal Lance, nesta quinta-feira (1°), publicou, em sua conta no Twitter, um vídeo, no qual apresenta alguns desses chamados "esquecidos" pelos diversos treinadores que dirigiram a Seleção Brasileira.
Alex e Djalminha são alguns dos 'Renegados'
Raul Plasmann foi quem iniciou a saga dos renegados. Com passagens vitoriosas por Cruzeiro e Flamengo, o ex-goleiro disputou apenas 17 partidas pela seleção brasileira entre 1975 e 1980. Em 1982 tinha seu nome aclamado para estar na Copa do Mundo realizada na Espanha, mas, na ocasião, o então técnico Telê Santana optou por levar Waldir Peres, do São Paulo, que acabou sendo titular, Carlos, da Ponte Preta, e Paulo Sérgio, do Botafogo.
Lateral-direito revelado na Portuguesa-SP, Zé Maria, quando defendia o Flamengo, até foi convocado para o escrete canarinho no ano de 1996 para disputar e conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos, que, naquele ano, foram sediados na cidade norte-americana de Atlanta, mas jamais teve a honra de estar em uma Copa. Igual a ele, foi Roberto Dias, ex-zagueiro do São Paulo na década de 1960 e que, apesar de ter sido diversas convocados para amistosos ou Eliminatórias, no máximo, só representou o Brasil uma Olimpíada, no caso, a de Roma (1960).
Outro zagueiro, Antônio Carlos Zago, também não teve o prazer de estar em uma Copa do Mundo. Quando Vanderlei Luxemburgo dirigia seleção entre 1998 e 2000, o ex-jogador atuava pela Roma, da Itália, e era nome certa na lista do treinador, mas, após a sua saída, só foi chamado uma vez e o defensor, que, na carreira, também tem passagens por Palmeiras e São Paulo, ficou de fora do Mundial de 2022, disputado, simultaneamente, por Coreia do Sul e Japão.
Ídolo do Corinthians e um dos ícones da "Democracia Corintiana" dos anos 1980, o lateral-esquerdo Wladimir é mais um que não teve o prazer de estar em uma Copa do Mundo. Assim como Raul, em 1982, era aclamado para o torneio disputado na Espanha, mas Telê levou Júnior (Flamengo) e Pedrinho (Vasco).
Três vezes campeão brasileiro com a camisa do Flamengo (1980-1982-1983), além da Copa União de 1987, e uma com o Vasco (1989), Andrade era um volante de enorme categoria, mas também reforça a lista dos esquecidos em Copas. Pela seleção, só conseguiu a medalha de prata nas Olimpíadas de 1988, em Seul, na Coreia do Sul.
Meia clássico, Alex sempre vestiu a 10 no Coritiba, no Palmeiras, no Cruzeiro, no Flamengo e é idolatrado pelo Fenerbahçe, da Turquia.
No entanto, em 2002, não fez parte do grupo que conquistaria o pentacampeonato mundial por opção do técnico Luís Felipe Scolari. Até hoje, o atual comentarista de TV guarda essa mágoa.
Outro meia clássico deixado de lado foi Dirceu Lopes, ex-Cruzeiro e Fluminense. Era nome certo para a Copa do Mundo de 1970, mas, depois da saída de João Saldanha a entrada de Zagallo como treinador, perdeu a vaga para o folclórico centroavante Dadá Maravilha.
Jogadores nitidamente talentosos perderam as suas oportunidades por conta do difícil temperamento, casos de Djalminha, craque revelado pelo Flamengo e com passagens por Guarani, Palmeiras e La Coruña (Espanha), e Heleno Freitas, o "Gênio Indomável" do Botafogo nas décadas de 1950 e 1960.
Já outros jamais sequer foram chamados para um amistoso pela seleção, como o goleiro Fábio, do Cruzeiro.
Outros considerados monstros com a bola nos pés, Evaristo de Macedo e Julinho Botelho também fazem parte da lista dos renegados, mas de uma forma inusitada. Antigamente, não se convocava atletas que jogavam fora do Brasil. Isso só acabou em 1982, quando Dirceu, na época, do Atlético de Madrid, e Falcão, então, o "Rei" da Roma, foram chamados. Evaristo fez parte da preparação da seleção brasileira para o Mundial-1958, mas acabou não sendo convocado devido à sua transferência do Flamengo para o Barcelona, um ano antes do torneio. Juninho também não disputou a mesma competição porque defendia a Fiorentina, da Itália.