Está certo: o Brasil não tem tradição em esportes mais elitizados ou pouco praticados em clubes e agremiações. No entanto, não dá para esquecer que já tivemos um ótimo enxadrista e competimos muito no hipismo.
Com a esgrima não tem sido diferente: o esporte desempenhado com espadas, floretes e sabres possui mais favoritismo e tradição em países europeus como a Itália e a França. Tudo bem, se levarmos em conta os romances passados em castelos com homens de capa longa, chapéu e que levam à cintura uma espada em caso de ataque.
Antes ligado a duelos de vida e morte, a espada hoje possui uma função mais esportiva e que não necessariamente há derramamento de sangue.
Isso se aplica a países como o Brasil.
Ultimamente, a esgrima tem nos dado mais alegria, já que nossa maior representante, Nathalie Moellhausen, tem feito a bandeira verde e amarela tremular em primeiro plano nas disputas mundo afora.
Italiana de nascimento, Nathalie se naturalizou brasileira e vem mostrando sua vocação para ganhar títulos com a espada. Ela participou da Copa do Mundo de Esgrima, realizada na cidade espanhola de Barcelona. E ganhou a competição que terminou neste sábado (11).
Mais de um
É o segundo título que Nathalie conquista em 2023. O primeiro foi ganho no fim do mês passado ao disputar o Grand Prix de Doha, no Catar. Na etapa de Barcelona, a esgrimista do Brasil derrotou a sul-coreana Kang Young Mi na final.
Para chegar até aí, Nathalie teve que passar por sete rivais.
A atleta situa-se bem colocada no ranking de esgrimistas: é a décima segunda melhor do mundo. E, por isso, ela não teve que competir durante a fase de eliminatórias da Copa do Mundo. Sendo assim, entrou diretamente no campeonato. Mas, ela alternou entre jogos fáceis e difíceis de superar; a primeira luta foi com a estoniana Veronika Zuikova, a qual foi vencida com tranquilidade.
Já o segundo embate foi caracterizado pelo equilíbrio e dificuldade. A francesa Alexandra Louis Marie perdeu por apenas um ponto.
Nas oitavas de final, outra francesa e outro placar com vantagem de um ponto para Nathalie. Na fase seguinte, Moelhausen encarou sua compatriota italiana, Alberta Santuccio, e venceu com placar mais elástico.
Uma vitória com diferença de cinco pontos. A semifinal foi o período mais duro ao enfrentar outra francesa, Auriane Mallo, décima colocada no ranking mundial. A disputa foi acirrada até o décimo ponto. Mas, Nathalie até que venceu por um resultado elástico, 15 a 11.
Para chegar ao ouro, Nathalie teria que vencer a sul-coreana Kang Young Mi, a qual aparece na posição de número 14 no ranking. E até que Nathalie se saiu muito bem com uma vitória bem confortável, 15 a 8 sobre a asiática. Esta é a segunda vitória na temporada de 2023 e, para se ter uma ideia do quão relevante é a Copa do Mundo, a competição é considerada como a terceira mais importante dentro da esgrima.
Desconhecida, mas campeã
O talento e a garra de Nathalie não é recente, pois em 2019, ela se sagrou campeã do Mundial de Esgrima e as estatísticas comprovam a manutenção de 100% de eficácia nos torneios que disputou em 2023.
Mesmo não sendo muito celebrada nos meios de comunicação e na mídia esportiva, Nathalie sabe que subirá no ranking mundial, após ter subido no ponto mais alto do pódio na Espanha. De quebra, nossa esgrimista é considerada a segunda melhor atleta das Américas. O primeiro lugar pertence a uma norte-americana, Katharine Holmes.
O noticiário não divulgou qual será o próximo desafio da esportista que compete pela modalidade da espada, mas dá para desejar sorte e sucesso, porque a temporada começou mais do que favorável. As adversárias que se cuidem, pois Nathalie vem para cima delas e, certamente, lhes dirá: ‘en garde’.