Esporte e vencer obstáculos: eis a combinação perfeita para os que possuem algum tipo de limitação física ou mental possam desfrutar da vida sem serem vistos com pena.

Já se sabe que nosso país é um dos grandes nas competições das Paraolimpíadas, pois a cada edição o Brasil figura entre as primeiras posições.

Ultimamente, atletas têm se destacado em esportes antes inimaginados por ganhar medalhas, glória e mais reconhecimento. Basta ver a esgrima, a canoagem e o arco e flecha –neste caso, são desempenhados por competidores sem deficiência.

Nesta semana, a glória e a felicidade total visitaram o Brasil e dispararam seus jorros de alegria em três esportes paralímpicos.

A satisfação veio de variados cantos do mundo, especificamente da Itália, Inglaterra e do Egito. Obedecendo a esta ordem, as alegrias e conquistas de ouro foram no tênis de mesa, natação e judô.

Tênis de mesa

Disputado na cidade italiana de Lignano, a equipe paralímpica do Brasil arrematou seis medalhas no Aberto paralímpico. E no mês das mulheres, elas conseguiram dois ouros com Sophia Kelmer e Bruna Alexandre.

No caso de Bruna Alexandre, a vitória final teve gosto especial, já que enfrentou a referência mundial e campeã do tênis de mesa, a polonesa Natalia Partyka. Para ela, foi um “sonho e vencer a maior lenda do tênis de mesa paralímpico é um dos momentos mais marcantes da minha carreira.”

A lista de ganhos fechou com mais duas medalhas de prata com Joyce Oliveira, mais uma de prata com Paulo Salmin e três de bronze conquistadas por Thais Severo e Marliane Santos.

Judô

Atravessando o Mediterrâneo, no Egito, Arthur Silva faturou o primeiro lugar no Grand Prix de Alexandria. O atleta paralímpico competiu pela categoria até 90 quilos –classe J1 para cegos totais. Potiguar de nascimento, Arthur agradeceu à família e a todos os apoiadores e patrocinadores.

O Brasil encerra sua participação na quinta colocação dentro da classificação geral: a performance foi garantida por uma medalha de prata, com Rebeca Silva na categoria J2 (visão reduzida) e peso acima de 70 quilos, e um bronze com Alana Maldonado, também na categoria J2, mas com peso de até 70 quilos.

Ao todo foram seis medalhas que pararam no peito dos atletas.

Vale destacar que, no mês passado, os judocas brasileiros levaram o Grand Prix de Portugal, realizado em fevereiro.

Natação

O nadador Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, fez aniversário na última quinta-feira (16). Com 21 anos, a data especial ficou ainda mais radiante quando quebrou seu próprio recorde mundial na World Series, realizada na cidade inglesa de Sheffield.

Consequentemente, ele faturou a medalha de ouro ao competir nos 150 m nado medley.

O tempo estabelecido foi de 3min23s83. Só felicidade total, pois Gabriel baixou em mais de 23 segundos a marca que ele desempenhou em São Paulo, noutra competição realizada em abril de 2022. Gabriel compete pela classe S2 –aquelas reservadas para os que têm comprometimento físico e motor severos.

Carol Santiago também fez sua parte e pôs um ouro por cima do uniforme, vencendo a prova dos 100 m livre, na categoria S12 (baixa visão). Ela marcou 59s84. A pernambucana já é uma figurinha mais fácil no pódio, porque ela é campeã mundial e paralímpica de natação.

E não para por aí: no mesmo dia, Gabriel Bandeira conseguiu uma prata nos 100 m livre –classe S14 (dedicada aos que possuem deficiência intelectual).

A mineira Patrícia Santos conseguiu outra prata nos 150 medley, na classe S4 também voltada para os comprometidos fisicamente.

A etapa da natação na Inglaterra vai até domingo (19), e o Brasil enviou 20 nadadores paralímpicos na busca por medalhas e pódios. Lugar em que os paratletas devem aparecer sempre, mesmo que holofotes e o brilho das “redondas atadas à fita” não os acompanhem.