Um vulcão de 365 metros, da ilha remota de Kadovar, de dois quilômetros de extensão, na costa Norte da Papua Nova Guiné, o qual os vulcanólogos pensavam estar dormindo, começou a expelir cinzas nessa sexta-feira (5). Agora, entre 50% e 60% da ilha estão coberta de lava. Estima-se que a população da ilha seja de, pelo menos, 500 até mais de 600 pessoas.

Sob a emergência, todos os habitantes foram evacuados pela organização filantrópica Samaritan Aviation (Aviação Samaritana, em tradução livre). A entidade postou mensagens nas redes sociais dizendo que não houve perda de nenhuma vida e que ainda não tem como disponibilizar informações sobre o destino de cada habitante evacuado.

Há risco de tsunami na região

O Observatório Vulcanológico Rabaul alertou que eventuais erupções podem se tornar explosivas, trazendo riscos de tsunamis e deslizamentos de terra. Há uma emissão contínua de cinzas. Nuvens densas e escuras estão senda lançadas a uma altura regular de 2.133 metros (7.000 pés), formando uma plumagem que viaja no sentido Oeste-Noroeste.

Caso não haja uma mudança de ventos que force a paralisação do Aeroporto Wewak, na Papua Nova Guiné, essa plumagem ainda não oferece riscos para a aviação.

Vulcanólogos aproveitam para estudar fenômeno

Não há nada registrado que se possa comparar até o momento. Portanto, cientistas estão interessados em observar o comportamento do vulcão durante esse evento ímpar.

A última atividade tinha sido uma elevação do fenômeno térmico em 1976.

Apesar das informações já fornecidas por alguns órgãos, as empresas internacionais de jornalismo estão tendo dificuldades para obter mais informações junto às autoridades da Papua Nova Guiné. Em 2017, um pulso eruptivo de um vulcão chileno causou centenas de terremotos, e cientistas alertaram que testes nucleares poderiam despertar prematuramente um mega vulcão situado na Coreia do Norte.

Antigo relato de ilha vulcânica por pirata pode ter sido sobre Kadovar

O primeiro europeu a avistar a Ilha Kadovar foi o navegador espanhol Iñigo Ortiz de Retes, em 21 de julho de 1545, a bordo do San Juan, tentando voltar de Tidore para a Nova Espanha.

William Dampier, um pirata e aventureiro marítimo inglês que viveu durante o século XVII, escreveu em seus diários sobre duas “ilhas escaldantes” na região.

Especula-se que a Ilha Kadovar possa ser uma das ilhas mencionadas pelo corsário. Ele estaria em uma viagem de exploração em busca da lendária Terra Australis, mas pode ter registrado a primeira erupção do Kadovar.