Cesare Battisti chegou a Roma nesta segunda-feira (14). Ele estava cercado de policiais, que o conduziam até o presídio. O italiano chegou a se refugiar no Brasil e depois fugiu para a Bolívia. A Polícia boliviana acabou entregando ele às autoridades italianas.

Diante de um forte esquema de segurança, Battisti desembarcou em Roma sem algemas. No trajeto do aeroporto até um presídio na periferia da cidade, patrulhas fecharam ruas com a intenção de que ele chegue o mais rápido possível ao seu destino. O ministro da Itália, Matteo Salvini, chegou a ir até o aeroporto para receber Battisti, que teria assassinado quatro pessoas.

Para o ministro, Battisti é um "assassino comunista".

O italiano integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo e foi condenado à prisão perpétua no ano de 1993. Segundo informa as autoridades da Itália, Battisti é suspeito de matar um guarda carcerário, um agente da polícia, um militante neofascista e um joalheiro. O filho desse joalheiro também chegou a ser atingido e ficou paraplégico. Battisti nega que cometeu os atentados e diz que é vítima de uma perseguição política.

Fuga

O italiano de 64 anos esteve em fuga permanente durante 37 anos. Na década de 1980, Battisti escapou da Itália e foi morar na França, depois no Brasil e em seguida para a Bolívia. Em 2009, conseguiu refúgio no Brasil com a ajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em dezembro do ano passado, o presidente Michel Temer autorizou a sua extradição. No entanto, o italiano fugiu e foi achado na Bolívia. A prisão dele foi muito comemorada pelo novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

Plano

O plano inicial seria levar Battisti da Bolívia para o Brasil e depois ser extraditado para a Itália.

Entretanto, uma negociação entre os governos italiano e boliviano propôs que ele fosse direto da Bolívia para a Itália.

Um dos temores das autoridades italiana é que, se fosse para o Brasil, os advogados de Battisti poderiam conseguir um habeas corpus dele no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em Roma, Battisti ficará isolado de outros presos em uma ala própria para terroristas.

Em decorrência de sua prisão ter sido decretada antes de 1991, quando houve mudanças na legislação italiana, ele terá alguns benefícios. De acordo com o portal G1, Battisti pode conseguir a sua liberdade condicional após cumprir 26 anos no cárcere. Os advogados dele ainda podem entrar com o pedido de um novo julgamento.