Durante os últimos 13 dias, o mundo acompanhou com apreensão o caso do menino Julen Roselló, de apenas dois anos de idade, que havia caído em um poço de mais de 100 metros de profundidade, em Totalán, cidade da província de Málaga, no sul da Espanha. Após quase duas semanas de trabalho intenso, as equipes de resgate chegaram até onde estava a criança, porém ela já estava em vida.

“As equipes de resgate chegaram ao ponto do poço onde procuravam Julen e encontraram seu corpo sem vida”, escreveu um funcionário do governo da Andaluzia. As equipes de resgate chegaram até onde estavam a criança por volta da 1h25, no horário local (23h25 pelo horário de Brasília), Francisco de la Torre, prefeito de Málaga, decretou luto oficial de três dias.

O acidente aconteceu no último dia 13, na serra de Totalán, quando ele brincava perto do buraco enquanto seus pais almoçavam. Segundo informações publicadas pelo jornal El Mundo, não havia sinalização no poço, que havia sido construído de maneira ilegal.

Os pais da criança, os responsáveis pela perfuração do buraco e o dono do terreno foram interrogados pela Guarda Civil, que busca saber como o acidente aconteceu. O caso causou comoção em toda a Espanha e os veículos de comunicação deram imenso destaque para os trabalhos de resgate.

Complexidade do resgate

A operação para localizar o menino Julen é considerada a operação de resgate mais complexa feita na Espanha. Para se chegar onde estava a criança, que caiu em um túnel de 107 metros de profundidade por 25 centímetros de diâmetro, 300 pessoas trabalharam na escavação de um túnel paralelo, sendo preciso remover 83 mil metros cúbicos de terra.

Para isso, foram utilizados dezenas de máquinas, brocas e tratores.

Após a escavação desse túnel paralelo, os mineiros desceram através de uma jaula metálica e passaram a escavar um novo túnel, de quatro metros na horizontal até chegar onde o menino estava. Para evitar o risco de desmoronamento, para este trabalho, que durou 24 horas, foram usadas apenas pás e outras ferramentas manuais.

Com o passar dos dias, devido a queda de material dentro do terreno e as baixas temperaturas, a esperança de encontra-lo com vida diminuíam, mas as pessoas envolvidas na operação estavam empenhadas a seguir com os trabalhos até que o garoto fosse encontrado. As equipes acreditavam que ele estivesse 73 metros debaixo da terra e desde sua queda não havia sinais de que Julen estivesse vivo ou morto.