Nicolás Maduro concedeu uma entrevista à TV americana ABC e mandou um recado para o seu opositor Juan Guaidó. Segundo Maduro, Guaidó pode sair e entrar no país a hora que quiser, mas ele terá que dar explicações à Justiça sobre seus atos. Vale ressaltar que Guaidó foi reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo Estados Unidos e Brasil. Maduro avisou que Guaidó tem que respeitar as leis do país. "Ele pode sair e voltar, mas terá que dar explicações à Justiça", avisou Maduro.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que está alinhado com a política de Maduro, bloqueou as contas do opositor e o proibiu de deixar o país.
Em janeiro, ele chegou a ser detido por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) por cerca de uma hora. Na visão de Maduro, Guaidó está tentando estabelecer um Governo paralelo, o que seria uma forma de tentar tirá-lo do poder.
Em uma reunião do Grupo de Lima, realizada nesta segunda-feira (25), em Bogotá, membros de 14 países, que reconhecem Guaidó como presidente interino, debateram a situação caótica que vive a Venezuela. O México, que também faz parte do Grupo de Lima, ainda não reconheceu Guaidó como mandatário da Venezuela.
O vice-presidente brasileiro, Antonio Hamilton Mourão, também participou do encontro e disse que o governo Maduro "é uma ameaça". Contudo, o general não concorda com intervenção militar no país vizinho, conforme anseios dos Estados Unidos.
Ajuda humanitária
Juan Guaidó está na Colômbia, desde sexta-feira (22), tentando arrecadar verbas para ajuda humanitária. Um dos seus objetivos é pressionar Maduro para que o povo venezuelano possa receber a ajuda internacional.
No sábado (23), ocorreram muitos conflitos e mortes na região da fronteira da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil.
Maduro ordenou o fechamentos da fronteira e civis tentaram impedir a ação dos militares.
EUA
Nesta mesma entrevista à TV americana ABC, Maduro voltou a acusar os Estados Unidos de tentar "fabricar uma crise" na Venezuela. Em um recado ao presidente Donald Trump, Maduro falou que não adianta nada viver uma Guerra Fria e disse que o diálogo é o melhor caminho.
De acordo com Maduro, ele não teme Trump, mas admite receios das pessoas que estão ao seu lado, como por exemplo o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
Para Maduro, as pessoas que estão trabalhando com Trump "são ruins". Maduro acredita que Trump vai analisar a situação da Venezuela e mudar o conceito dele sobre o país.