Na manhã desta quarta-feira (27), em Genebra, na Suíça, durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), vários diplomatas acabaram boicotando um discurso do ministro das Relações da Venezuela, Jorge Arreaza. Quando ele subiu ao púlpito da ONU, cerca de 60 diplomatas abandonaram a sala de conferência. Essa foi a forma encontrada por esses diplomatas para mostrar que eles não compactuam com o regime de Nicolás Maduro, que tem ocasionado uma situação caótica na Venezuela, onde pessoas estão morrendo de fome.

Na concepção desses diplomatas, a presença do chanceler venezuelano e seus dizeres caracterizava um "ato de cinismo". A ação de boicote foi coordenada pelos países que integram o Grupo de Lima. Eles defendem que a Venezuela realize novas eleições, já que, para o grupo, Nicolás Maduro fraudou as últimas eleições.

Em um comunicado oficial, conforme divulgado no site R7, os países disseram que o boicote é uma forma de protestar contra o ditador e mostrar o reconhecimento pelo chefe do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó.

A União Europeia também se uniu ao protesto, rebaixando as declarações do chanceler venezuelano.

Arreaza, embora tivesse vendo as pessoas deixarem o local, não interrompeu o seu discurso.

Ele criticou o Brasil por se manter preso ao neoliberalismo e disse que por trás da ajuda humanitária para a Venezuela estavam soldados americanos querendo invadir o país.

Ministra Damares Alves

O Governo brasileiro foi representado pela ministra de Direitos Humanos, Damares Alves. Na segunda-feira (25), ela fez o seu discurso na sala de conferência e "atacou" a ditadura de Nicolás Maduro.

Ela também convocou vários países a se unirem e 'libertar" a Venezuela das mãos do ditador.

Boicote

Arreaza foi questionado sobre o que achava do boicote, e ele minimizou dizendo que aquilo não era importante. De acordo com ele, o que vale é que o mundo ouviu ele falar. Ele também garantiu que a Venezuela tem o apoio de aproximadamente 60 países, com destaques para a China e a Rússia.

Tanto EUA quanto Brasil e mais de 50 países apoiam o governo interino de Guaidó. O vice-presidente Hamilton Mourão chegou a defender eleições na Venezuela, desde que fossem fiscalizadas por órgãos internacionais, durante discurso no Grupo de Lima, em Bogotá, nesta segunda-feira (25).

Arreaza ressaltou que não existe crise humanitária na Venezuela e que aqueles fatos acontecem em vários outros países. Ele sugeriu que houvesse um encontro entre Donald Trump e Nicolás Maduro.