Nesta segunda-feira (11) a indonésia Siti Aisyah foi libertada após uma decisão surpreendente da Promotoria da Malásia, que retirou a acusação contra ela pelo assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, ocorrido em fevereiro de 2017, no aeroporto de Kuala Lumpur, capital do país.
O julgamento teve início no mês de outubro de 2017 e a fase de defesa foi retomada após muitos meses em recesso.
Siti Aisyah é uma das acusadas pela morte do meio-irmão do ditador da Coreia do Norte. A outra mulher acusada é a vietnamita Doan Thi Huong.
No entanto, os promotores malaios não retiraram as acusações contra a vietnamita, o que foi considerado como uma decisão injusta pela defesa de Doan Thi Huong. Embora a Justiça da Malásia não tenha esclarecido os principais motivos para ambas as decisões, logo no início da audiência o promotor Muhammad Iskandar Ahmad deferiu a retirada da acusação de assassinato contra Siti Aisyah.
Um ano e meio depois do início do julgamento, a inocentada da acusação saiu do Alto Tribunal de Shah Alam e foi escoltada até um carro particular.
Aisyah, que hoje está com 27 anos, contou que ficou feliz com a decisão e que não imaginava que isso aconteceria.
Mulheres negavam participação no assassinato
O crime, que ocorreu no dia 13 de fevereiro de 2017, provocou a morte de de Kim Jong-nam, um meio-irmão mais velho do líder norte-coreano Kim Jong-un. Na ocasião, no interior do terminal de saída do aeroporto de Kuala Lumpur, capital da Malásia, as duas mulheres investigadas lançaram no rosto da vítima o agente nervoso XV.
O agente XV é conhecido como uma arma de destruição em massa e as testemunhas presentes no julgamento contaram que Kim Jong-Nam morreu de maneira angustiante após o ataque.
A dupla acusada alegou que teriam sido enganadas por agentes da Coreia do Norte e o ataque de execução, segundo elas, faria parte de uma pegadinha.
Os advogados de defesa declaram que ambas foram usadas como bode expiatório dos norte-coreanos.
Além das duas mulheres, outros quatro norte-coreanos também foram acusados formalmente do assassinato. Os suspeitos fugiram da Malásia momentos após o crime ser registrado por câmeras de segurança do local.
As imagens exibidas durante a sessão judicial mostraram que após jogarem o reagente na vítima, as mulheres investigadas saíram em disparada na direção de dois banheiros diferentes do aeroporto e, logo depois, abandonaram o local em um táxi.
No entanto, os advogados de defesa da vietnamita Doan Thi Huong e a indonésia Siti Aisyah alegaram que os quatro acusados da Coreia do Norte são os principais responsáveis pelo crime, uma vez que foram os norte-coreanos que forneceram o agente químico para as suspeitas envolvidas no assassinato.