Na última sexta-feira (22), um bebê de cinco meses deu entrada em um hospital em Bolonha, na Itália, com parada cardíaca depois que seus pais realizaram uma circuncisão caseira no bebê, que morreu logo em seguida, dentro da unidade hospitalar. Agora, após a morte da criança, a polícia da província de Reggio Emilia abriu uma investigação contra os pais, que são imigrantes de Gana.

Segundo a instituição de caridade Amsi, somente na Itália são realizadas cerca de 5 mil cirurgias de circuncisão por ano. Ainda de acordo com a instituição, porém, mais de um terço desse número é realizado de forma ilegal.

O motivo seria por que a Itália é um país católico-romano, desta forma, não são realizadas tais cirurgias em hospitais públicos. No entanto, muitos imigrantes da Itália vêm de países muçulmanos, onde é considerado normal retirar o prepúcio da criança logo após o seu nascimento.

Em dezembro de 2018, aconteceu um caso semelhante ao de Bolonha, na capital Roma, depois que um menino de 2 anos morreu após realizar uma circuncisão em um centro de imigrantes. Neste caso, a criança era gêmea, e seu irmão também sofreu com a cirurgia, tendo que permanecer internado em estado grave por algum tempo. Após a morte do menino, um americano de 66 anos foi preso por realizar o procedimento ilegal nos gêmeos.

Depois de vários casos preocupantes envolvendo a cirurgia de circuncisão, em junho de 2018 um juiz do tribunal regional de Colônia, na Alemanha, baniu a o procedimento. Segundo a autoridade, mesmo com o consentimento dos pais, tal cirurgia causa um dano corporal irreparável na criança.

O que é e como é realizada a cirurgia de circuncisão

A cirurgia de circuncisão, que também é conhecida em alguns lugares como exérese do prepúcio, consiste na remoção do prepúcio, ou seja, na retirada da prega cutânea que fica localizada na glande do pênis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30% da população masculina de todo o mundo já passaram pela cirurgia de circuncisão, procedimento que na maioria das vezes é realizado devido à religião.

Ainda de acordo com informações, cerca de 68% dos homens que passaram pela cirurgia são muçulmanos, e tal procedimento já é realizado há mais de 5 mil anos. Sendo assim, essa se torna a cirurgia mais antiga do mundo, e quando não é realizada por motivos religiosos, é realizada por motivos familiares ou culturais.

A circuncisão na cultura islâmica e judaica é realizada em todos os bebês, no entanto, nas demais culturas, tal procedimento só se dá quando são indicados devidamente.