Em 1976, na cidade de Jacksonville, localizada na Florida, EUA, dois homens foram presos por um crime. Hubert Nathan Myers, com 18 anos na ocasião, e seu tio, Clifford Williams Jr., com 34 anos à época, estavam em uma festa de aniversário quando foram ouvidos tiros em um apartamento ao lado da festa. Em decorrência dos disparos, uma mulher faleceu. Outra mulher, presente no apartamento, garantiu à polícia local que Nathan e Clifford eram os autores dos disparos.

Porém, em 2019, 42 anos após o ocorrido, algumas provas mostram que a situação não aconteceu exatamente dessa maneira.

Nathan e Clifford foram libertos devido a um engano da Justiça americana na maneira como o caso foi conduzido.

Embora diversas testemunhas tivessem garantido às autoridades que os acusados se encontravam na festa de aniversário quando o crime foi cometido, o relato de Nina Marshall, a sobrevivente, prevaleceu. As testemunhas em questão não foram ouvidas durante o julgamento de Nathan e Clifford, e todo o processo teve duração de apenas 48h. Somente em um segundo julgamento, porém, o veredito do caso se tornou definitivo e, devido às inconsistências das provas apresentadas, a dupla foi considerada culpada pelo crime.

Análise da cena do crime revela outras provas

Ao serem analisadas as provas relativas ao caso, evidências físicas mostraram que os tiros foram disparados do lado de fora do apartamento, ao contrário do que assegurava Nina Marshall.

Além disso, todos os disparos eram oriundos da mesma arma, o que impossibilitava a ação de dois homens. Entretanto, mesmo com essas evidências, os dois homens foram condenados à prisão perpétua.

Ao longo de todos os anos em que estiveram presos, Nathan e Clifford seguiram afirmando a sua inocência. E, além disso, por diversas vezes, tentaram entrar com recursos para deixarem a prisão – pedidos sempre negados pela Justiça.

Somente no ano de 2017, tio e sobrinho tiveram essa chance, devido a criação de uma equipe do Ministério Público da Flórida dedicada a rever casos encerrados.

A ideia de apelar ao novo departamento veio de Nathan, que leu a respeito disso em um jornal. Assim, foi submetida uma carta ao Ministério Público da Flórida que, após reavaliar e redigir um relatório de 77 páginas, determinou que os homens haviam sido julgados injustamente.

Devido a isso, eles podem vir a receber uma indenização de US$ 2 milhões (cerca de R$ 8 milhões) por parte do Estado.