Ma Sanxiao, de 70 anos, é um veterano de guerra que ainda tem grandes objetivos na vida. Há cerca de 20 anos, em decorrência de uma doença, Ma perdeu ambas as pernas, mas não perdeu de vista os seus propósitos. Cerca de um ano após a perda, ele passou a dedicar o seu tempo a deixar um legado para as gerações futuras.
Esse legado se manifesta na forma do plantio de árvores e na recuperação do ecossistema da região em que vive. Em um primeiro momento, Ma Sanxiao realizava esse trabalho para fins lucrativos. O plantio de árvores, que se iniciou em 2000, era uma maneira de conseguir uma renda extra, cujo intuito era ajudar a sua família.
Porém, atualmente, ele continua para “retribuir à sociedade”, especialmente pela ajuda governamental que recebeu devido à sua deficiência.
Em todo o seu tempo de trabalho, Sanxio conseguiu fazer com que as árvores nascessem em uma região montanhosa na qual, anteriormente, o solo era estéril. Estima-se que, até o momento, Ma tenha plantado cerca de 17 mil árvores ao longo da cordilheira Taihang. Por vezes, ele chega a passar todo o dia se dedicando à atividade, completamente sozinho em uma região deserta. A cordilheira em questão fica nas proximidades da aldeia Mayu, em Hebei, na parte morte da China.
O dia de Ma começa às 5h
Conforme o relatado pelo China News, o dia de Sanxiao tem início às 5h.
Logo no início de suas atividades, o homem monta um tuk tuk que se estende de sua casa à montanha supracitada. Ao chegar na região desejada para o plantio das árvores, Ma retira as suas próteses e passa a se locomover rastejando pelo chão.
A atividade não é nada fácil para Ma Sanxiao. Por vezes, o idoso é vitimado por ferimentos graves, ocasionados por quedas durante o plantio.
Além disso, ouve ocasiões em que seus cotos foram esmagados e os seus dedos das mãos sofreram com uma infecção, que quase levo à amputação. Entretanto, Ma não se abala com essas ocorrências: o idoso se descreve como alguém que luta e que jamais poderia passar todos os seus dias deitados, esperando por alguma ajuda.
Mesmo com todas as dificuldades, ao ser questionado acerca do seu trabalho com o plantio de árvores, Ma afirma que não pretende parar.
Para ele, plantar as árvores traz a mesma satisfação do que comandar soldados trazia em seus tempos no Exército.
A perda dos membros
A perda dos membros inferiores de Ma foi ocasionada por um envenenamento em seu sangue, em decorrência do tempo em que servia ao Exército em Fujian, no ano de 1974.
Posteriormente, ele abandonou o Exército. As amputações, entretanto, só ocorreram nos anos de 1985 e 2005.
Na ocasião em que a história do ex-militar foi divulgada pela imprensa, no ano de 2008, o governo chinês procurou por Ma oferecer assistência. Além do interesse estatal, a divulgação também lhe trouxe a companhia de voluntários que ajudam com o plantio das árvores.