Morreu na manhã desta quarta-feira (17), o ex-presidente do Peru Alan García. Ele se suicidou no momento em que estava sendo detido por policiais, que foram até sua casa para prendê-lo. Ele estava sendo investigado um caso de corrupção ligado à empreiteira Odebrecht. O político negava as acusações.

De acordo com informações publicadas pela imprensa do país vizinho, por volta das 6h25, horário de Lima (8h25 no horário de Brasília), agentes chegaram até a casa do ex-presidente, na cidade de Lima, capital do país, com mandado de busca e apreensão.

A Justiça peruana havia ordenado a prisão de García por dez dias, acusado de receber dinheiro ilegal da empreiteira brasileira sua campanha eleitoral de 2006.

Ainda segundo os relatos da imprensa, os agentes pediram para que o presidente descesse, uma vez que havia um mandado de detenção contra ele. O ex-presidente então teria entrado em contato com seus advogados e após isso ouviu-se um disparo.

García ainda foi levado ao Hospital Casimiro Ulloa, também na capital peruana. Enrique Gutiérrez, diretor do hospital, disse que o ex-presidente tinha dois buracos na cabeça provocados por bala, um de entrada e outro de saída. Ele chegou a ficar algum tempo em coma, foi submetido a cirurgia, mas não resistiu e morreu.

Zulema Tomás, ministro da Saúde do país, disse que o ex-presidente havia sofrido três paradas cardíacas. Alan García foi presidente do Peru em duas oportunidades. A primeira delas de 1985 e 1990, sendo eleito novamente em 2006 em um mandato que foi até 2010.

O atual presidente do Peru, Martín Vizcarra, utilizou-se das redes sociais para manifestar condolências pela morte de García.

“Consternado com o falecimento do ex-presidente Alan García”, escreveu o atual mandatário peruano.

Negava as acusações

Nesta terça-feira (16), García havia usado suas redes sociais para se defender das acusações de ter recebido dinheiro ilícito da empreiteira brasileira. Em uma postagem feita no Twitter, ele disse que nenhum documento o mencionava e que também que nenhum indício ou evidência o incluía.

“Jamais me vendi e está provado”, escreveu.

Apesar de se declarar inocente, no ano passado o ex-presidente tentou deixar o país, buscando exílio no Uruguai, mas seu pedido foi negado.

Além de García, outros ex-presidentes peruanos também estão envolvidos no escândalo. Pedro Pablo Kuczynski, que governou entre 2016 e 2018, foi preso na semana passada. Ollanta Humala, que governou entre 2011 e 2016, ficou preso por um ano e agora responde o processo em liberdade. Já Alejandro Toledo, presidente entre os anos de 2001 e 2006, fugiu para os Estados Unidos e enfrenta pedido de extradição.