A prefeitura de Nova York (EUA) quer restringir as operações da Uber. A empresa de aplicativos recorreu aos tribunais contra a decisão do prefeito Bill de Blasio, que impôs duas restrições: limitações de tempo que os motoristas podem percorrer trechos mais movimentados e a proibição de novas licenças para motoristas de aplicativos até agosto de 2020, ou seja, a Uber não poderá cadastrar novos motorista.

Foi a primeira vez que a empresa recorreu à Corte americana contra o governo local, justificando que tudo isso poderia comprometer o seu modelo de negócio.

A alegação da Uber à Suprema Corte de Manhattan ainda questiona decisões de uma cidade interferindo em leis estaduais.

Em contrapartida aos comentários da Uber, o prefeito alega que sua decisão protege os cidadãos contra uma empresa que só visa lucro. Segundo ele, essa lei procura evitar congestionamentos. A nova regulamentação se apoiou em estudos da Comissão de Táxis e Limusines, que analisou os serviços que colocam mais veículos em circulação e chegou a conclusão que 30% deles teriam a ver com motoristas de plataformas como Uber e Lyft. Tais carros estariam passando, em média, 41% do tempo rodando vazios, sem passageiros, engarrafando o trânsito. O prefeito quer que esse tempo caia para 36% em fevereiro de 2020, e 31% seis meses após.

A Uber reconhece os problemas, mas diz que está se empenhando em resolvê-los. A empresa já cobra dos passageiros uma taxa adicional de US$ 2,75 em corridas solicitadas em locais com muito trânsito para coibir excesso de chamadas e assim reduzir o número da frota em locais onde existem excesso de veículos.

Uber sofre outras ações

No estado americano da Califórnia e na Austrália a Uber também enfrenta limitações legais, com ações que atingem suas operações. O governo da Califórnia tem legislado contra a terceirização e a Uber está na mira das regulamentações. Tanto a Uber como a Lyft se posicionaram oficialmente dizendo que essas restrições representam um risco para seus Negócios, o que sugeriria o fim das operações naqueles mercados.

Na Austrália surgiu uma ação coletiva na Suprema Corte de Victoria, assinada por seis mil motoristas de quatro estados, que alegam que eles estariam sendo afetados pela empresa em sua subsistência. O escritório de advocacia que representa os peticionários reuniu diversos documentos acusando a Uber de operar ilegalmente no país e forçar seus motoristas a fazer o mesmo.