A "seita sexual" Nxivm obrigava seguidores a ter relações íntimas com seu líder, além de marcá-las como gado usando ferros quentes. Clare Bronfman, herdeira milionária do grupo canadense de bebidas Seagram, foi condenada a uma pena de quase sete anos de prisão por seu envolvimento.

O caso

A herdeira já havia se declarado culpada das acusações pelos crimes de fraude de cartões e conspiração com o intuito de acolher e posteriormente esconder imigrantes por ganhos financeiros. Clare prometia às vítimas que as abrigaria e ofereceria serviços e trabalhos.

As vítimas eram imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

Julgamento

Segundo divulgado pelo The New York Times, a audiência que resultou na condenação durou mais de quatro horas. Durante a audiência, nove das vítimas foram ouvidas e relataram que a herdeira contribuía diretamente na destruição de reputações, carreiras e casamentos. As testemunhas ainda afirmaram que sofreram perseguições judiciais por parte de Clare, que processava pessoas que criticavam a seita.

Declarações de Clare

A herdeira enviou uma carta ao Tribunal de Justiça no mês de setembro, quando disse estar profundamente arrependida e que, embora tenha magoado algumas pessoas com suas ações, esta jamais teria sido a sua intenção.

Apesar de demonstrar certo arrependimento, Clare se recusou a depor contra o líder da Nxivm, Keith Raniere, pois sua vida mudou radicalmente para melhor desde o momento em que iniciou sua participação na seita.

A seita

A "seita sexual" Nxivm, pronunciada como "Nexium", foi fundada em 1998 e tinha como objetivo programas de autoajuda que chegou a atender mais de 16 mil pessoas.

No site oficial, a seita é apresentada como um local que visa empoderar as pessoas, ajudá-las a compreender o real significado de de ser humano e que tudo é guiado através de princípios humanitários.

O líder

O líder, Raniere, que usava como slogan a frase "trabalhando por um mundo melhor", foi condenado e acusado de coordenar um esquema que atuava com papéis de mestres e escravos.

Segundo os promotores do caso, a organização atuava realmente como uma seita, e as vítimas passavam por um tipo de lavagem cerebral, chegando a ser marcadas como gados com as iniciais de seu líder a ferro e, diversas vezes, eram obrigadas a manter relações íntimas com Raniere.

Ainda de acordo com a promotoria, o líder só conseguiu manter a seita e realizar os diversos crimes graças ao apoio de pessoas influentes e poderosas como Clare, razão no qual sua pena não foi branda como seus advogados de defesa desejavam.

'Investimentos'

Clare doou milhares de dólares para que Raniere pudesse organizar aulas de "autoaperfeiçoamento" de forma intensiva. Quando o grupo foi descoberto e passou a ser alvo de ações judiciais, a herdeira também arcou com as despesas relacionadas aos processos.