O mundo das notícias é complexo, e histórias e imagens falsas costumam ser amplamente compartilhadas nas redes sociais. A equipe editorial da Blasting News identifica as informações enganosas e as fraudes mais populares toda semana para ajudá-lo a entender o que é verdade e o que é mentira. Aqui estão alguns dos boatos falsos mais compartilhados da semana.

EUA

Usado em alternativas vegetais à carne, óleo de canola não é tóxico

Fatos: Publicações compartilhadas no Instagram afirmam que o óleo de canola, ingrediente muito utilizado no mercado de alternativas vegetais à carne, é tóxico.

Verdade: Segundo Guy Crosby, professor adjunto associado de nutrição na Escola de Saúde Pública Harvard T. H. Chan, nos Estados Unidos, o óleo de canola processado comercialmente “é uma forma segura e saudável de gordura que reduzirá os níveis de colesterol LDL no sangue e o risco de doenças cardíacas em comparação com carboidratos ou gorduras saturadas, como os encontrados no sebo bovino ou na manteiga”.

O óleo de canola também é reconhecido como seguro pela agência reguladora de medicamentos e alimentos nos EUA (FDA, na sigla em inglês).

EUA

Astecas não sacrificavam seus líderes durante pandemias

Fatos: Publicações compartilhadas no Facebook e Instagram alegam que os astecas sacrificavam seus líderes em tempos de pandemia ou fome.

Verdade: Especialistas consultados pela agência Reuters afirmam que os astecas de fato realizavam sacrifícios durante períodos de fome ou eventos naturais extremos, como secas.

No entanto, de acordo com Diana Moreiras, pesquisadora do departamento de antropologia da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, evidências históricas mostram que as vítimas eram geralmente escravos e despojos de guerra, e nunca seus próprios líderes.

Reino Unido

Secretária do Interior britânica não gastou 77 mil libras de dinheiro público com as sobrancelhas

Fatos: Publicações compartilhadas no Twitter alegam que a secretária do Interior do Reino Unido, Priti Patel, gastou mais de 77 mil libras esterlinas (cerca de R$ 590 mil) de dinheiro do contribuinte para fazer as sobrancelhas.

Verdade: A alegação foi publicada inicialmente no Twitter por uma ativista de direitos humanos, levando em conta um relatório de despesas do Home Office em 2020. O documento afirma que £ 77.269,40 foram gastas pela secretaria em um estabelecimento chamado SP Beautiful Brows. Em declarações à Reuters, no entanto, o Home Office afirma que o valor foi gasto com a compra de EPIs e álcool em gel durante o pico da pandemia do novo coronavírus.

Espanha

Abortos não aumentaram 483% entre mulheres vacinadas contra COVID-19 nos EUA

Fatos: Publicações compartilhadas no Facebook, Twitter e Instagram alegam que houve um aumento de 483% no número de casos de aborto entre mulheres que foram vacinadas contra a Covid-19 nos EUA.

Verdade: O boato tem origem em um artigo publicado no site The Daily Exposure. A matéria, no entanto, diz que o referido aumento no número de casos de aborto teria ocorrido no Reino Unido, e não nos EUA.

De forma equivocada, o texto leva em conta em seu cálculo relatório com suspeitas de possíveis efeitos secundários das vacinas da Pfizer e AstraZeneca. Em declarações à agência de checagem de fatos espanhola Maldita, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês) afirma que “não existe um padrão que sugira um risco elevado de aborto espontâneo relacionado à exposição às vacinas contra a Covid-19 durante a gravidez”.

Brasil

Diretor da PF não tuitou que Lula e integrantes do Supremo planejavam matar Bolsonaro

Fatos: Usuários das redes sociais compartilharam uma série de supostas publicações feitas no Twitter pelo delegado Paulo Maiurino, diretor-geral da Polícia Federal, nas quais ele afirma que membros do Supremo Tribunal Federal e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teriam bolado um plano para matar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Verdade: Em nota, a Polícia Federal informa que os tuítes compartilhados nas redes sociais partiram de uma conta falsa. Segundo a PF, o perfil oficial de Paulo Maiurino no Twitter é @PMaiurino, enquanto a conta que publicou o boato é @d_delegado. A Fake News ganhou força na internet após ser compartilhada pela jornalista Leda Nagle, que depois veio a público pedir desculpas pelo erro.

Hong Kong

Foto não mostra poluição nuclear causada por liberação de água radioativa da usina de Fukushima

Fatos: Após o governo do Japão anunciar no último dia 13 que irá liberar no Oceano Pacífico cerca de um milhão de toneladas de água contaminada da central nuclear de Fukushima, publicações no Facebook e no Twitter compartilharam uma suposta imagem de satélite que mostraria o impacto da poluição gerada pela medida.

Verdade: Uma busca reversa na internet mostra que a imagem compartilhada foi publicada originalmente pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) logo após o grande terremoto que atingiu a região japonesa de Tohoku em 11 de março de 2011. Na ocasião, o terremoto gerou um tsunami que atingiu a usina de Fukushima, causando um dos maiores acidentes nucleares da história. A imagem do NOAA mostra justamente o impacto do tsunami na região do Pacífico.

O anúncio feito pelo Japão neste mês gerou fortes críticas de países vizinhos, incluindo a China e a Coreia do Sul. O governo japonês, no entanto, argumenta que a liberação é segura e que a água será processada para remover os elementos radioativos.