Enfim, mais um capítulo se escreve acerca da paralisação mais longa da categoria do entretenimento nos Estados Unidos. O que há de certo até o momento é que roteiristas obtiveram a solidariedade de atores e atrizes, os quais também estão em greve.

Além disso, essa é a greve mais longa, já que o recorde anterior pertencia aos anos de 2007 e 2008 com 100 dias. Naquela época, os estúdios amargaram um prejuízo de US$ 2,1 bilhões.

Porém, não é só a parte financeira que é afetada: hoje, com a popularização do streaming, as produções exibidas ou as que estão em fase de produção são interrompidas ou adiadas em seus lançamentos.

Sentando à mesa

O fato mais recente veio da AMPTP (Aliança de Produtores de Cinema e Televisão), que apresentou uma proposta ao sindicato dos roteiristas.

De acordo com informações apuradas, ambos os lados saíram da reunião com otimismo, pois o clima da conversa foi considerado positivo e, portanto, há mais chances de a paralisação acabar logo.

Se por um lado existem sinais positivos, por outro ainda falta consenso sobre as reivindicações levantadas pelos roteiristas. Novas rodadas de negociações serão feitas na semana que vem.

A categoria pede salários mais altos e uma nova metodologia sobre o pagamento dos direitos autorais, o qual ainda se baseia pelo sistema de pagamento da televisão e que não leva em consideração a expansão do streaming.

Outro ponto está na exigência do uso limitado da inteligência artificial nas produções.

Membros do sindicato divulgaram um correio eletrônico agradecendo o apoio recebido e acrescentaram: “Desconfie de boatos de terceiros, sabendo que o sindicato comunicará quando acreditar que há algo significativo a relatar”.

Do lado de cá

A greve dos roteiristas dura 110 dias e, a partir de 14 de julho, os atores e atrizes de Hollywood também deram seu grito de protesto, unindo-se ao movimento.

Sem histórias para contar e sem pessoas de “carne e osso” para atuar e gravar as cenas dos seriados e produções cinematográficas, projetos foram adiados ou abortados quando estavam em fase de desenvolvimento. Outros foram cancelados ou engavetados.

Gigantes do setor como Disney, Netflix e Warner se preocupam com tantos dias parados e se empenham numa saída –até porque elas são muito atingidas pela falta de trabalho imposta pelos roteiristas.

Isso tem sua veracidade, pois portais como a CNN disseram que a Prime Vídeo cancelou a segunda temporada de séries como “The Peripheral” e “Uma liga muito especial”.

Para nós, espectadores e apreciadores do mundo das telinhas e telonas, resta o consolo de ver episódios repetidos e aguardar algum príncipe encantado quebrar o feitiço. Assim esperamos (re)viver o “feliz para sempre”, encerrando uma história que adquiriu feições de uma saga ou de um filme épico.