A presidente afastada Dilma Rousseff deverá comparecer ao Senado para se defender das acusações de crime de responsabilidade e responder questionamentos de senadores e do presidente do Supremo Ricardo Lewandowski. A informação foi repassada por sua assessoria e divulgada nos meios de comunicação. No Senado, Dilma deverá reiterar que é vítima de um golpe de estado, uma vez que não teria sido configurado a prática de crime de responsabilidade.

Na última terça, Dilma divulgou uma carta endereçada ao Senado e ao povo brasileiro, em que defende a realização de uma consulta popular sobre novas eleições.

Ela também voltou a afirmar que o processo de impeachment sem crime de responsabilidade é golpe e convocou aos senadores a inocentá-la, para que ela possa voltar e articular um pacto pela Reforma Política.

Ao final da carta, a presidente afastada reiterou sua crença na vitória da democracia.

Alguns analistas políticos acreditam que a carta não terá efeito prático sobre o Senado, uma vez que 59 senadores - mais que o necessário - já votaram pela continuação do julgamento, e, ao que tudo indica, deverão votar também pelo afastamento definitivo. Já o senador Roberto Requião afirma que o impeachment não passará e que a votação que realmente vale é a final.

O julgamento do afastamento definitivo começará no próximo dia 25, sob o comando do presidente do STF ministro Ricardo Lewandowski e deverá durar por alguns dias.

Neste período, serão ouvidas seis testemunhas de defesa e seis de acusação. Ao final, os senadores deverão dar um "sim" ou "não" pelo afastamento definitivo.

Caso a maioria dos senadores votem "sim" pelo impeachment, a presidenta afastada será notificada da perda do cargo e dos direitos políticos por oito anos. Em seguida, terá que deixar o Palácio da Alvorada e deverá ir residir em Porto Alegre, onde tem seus familiares.

Caso seja inocentada, Dilma será notificada e retomará o seu mandato.

Caso consiga escapar da cassação definitiva, Dilma terá um caminho de dificuldades: convencer um Congresso - onde cerca de metade dos parlamentares tem dívidas com a justiça - a aprovar uma reforma política.