O presidente brasileiro Michel Temer, que é um dos principais caciques do PMDB, esteve recentemente no Leste e Norte da Europa, respectivamente na Rússia e na Noruega, visando, entre outros fatores, passar uma imagem positiva do seu governo.
Por outro lado, a maior crise política e econômica que eclodiu no país, foi justamente durante o governo de Temer e parece que só fez estimular o show de horrores no que diz respeito aos constrangimentos e gafes do presidente, ferindo diretamente a identidade do gigante sul-americano, principalmente em relação à grande parte da população que denomina o político de “golpista barato” ou “assaltante do poder democrático”.
O primeiro deslize já aconteceu antes mesmo de Temer estar na Rússia, uma vez que a agenda oficial do brasileiro anunciou que ele iria viajar para a "República Socialista Federativa Soviética da Rússia", o que foi uma asneira sem mais tamanho, uma vez que o nome correto daquela nação européia é “Federação da Rússia”.
Posteriormente, quando Temer estava em Moscou, a embaixada brasileira preparou um coquetel para recepcionar o cidadão, que culminou em um redundante e vergonhoso fracasso, pois de acordo com a revista “Veja”, somente 50% dos convidados deram as caras no evento, e o presidente Temer talvez tenha constatado, mais uma vez, que sua popularidade vai de mal a pior.
Desastre brasileiro na Noruega
Se alguém a esta altura do artigo já está estupefato com os acontecimentos, aguarde para ler o restante do mesmo, até porque quando Michel Temer aterrissou em solo norueguês, sabe quantos diplomatas do país nórdico recepcionaram o brasileiro? Nenhum! Isso mesmo, nenhum!
Sobrou para o chefe interino do cerimonial norueguês receber o decadente Temer, ainda nas dependências do aeroporto e mais, obviamente, um grupo considerável de manifestantes que protestava pela presença do peemedebista na entrada do endereço onde iria ocorrer o encontro dele com a Erna Solberg, 1ª ministra da Noruega.
Até a primeira-ministra Solberg deixou de lado a costumeira discrição nórdica e disse, mirando em direção a Temer, o comentário inusitado, a saber: “estamos preocupados com o processo da Lava Jato, esperamos uma limpeza e que sejam encontradas boas soluções".
O professor da cadeira de Relações Internacionais, pertencente a Faculdade Rio Branco, Pedro Costa Júnior, está convencido de que o comentário da 1ª ministra é algo muito raro no mundo político-diplomático e o fato só atesta que se Temer e o Governo Federal tinham algum respeito no exterior, essa condição se extinguiu de uma vez por todas.
Tanto é assim, que nenhum outro líder internacional, jamais dispensou esse tipo de tratamento ao longo da política externa do Brasil.
Bastou a frieza nórdica da líder norueguesa para que Temer falasse mais duas asneiras, uma quando ele disse que iria encontrar-se com o "Parlamento brasileiro", mas o que ele tinha agendado mesmo era uma reunião com o parlamento norueguês, e, logo em seguida, Michel falou que iria se reunir com "sua majestade, o Rei da Suécia", ou seja, algo como dizer dentro da Noruega que a capital do país é Estocolmo (cidade capital da Suécia) e não Oslo.
Os críticos mais ferozes e constantes em relação ao governo Temer e sua trupe atrapalhada não querem, quase que de uma forma supersticiosa, dizer que o caos reinante no Brasil possa piorar mais ainda.
Uma coisa é fato, diferente do rei Midas, da mitologia grega, que onde tocava transformava tudo em ouro, a dura realidade mostra que tudo que Temer “toca”, ou exerce influência, vira algo de bem diferente e de bem menos valor do que ouro.