O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, concedeu uma entrevista para a revista Veja e falou um pouco sobre os seus trabalhos e as expectativas dele com o futuro do país. Ao ser questionado sobre as denúncias que envolvem o presidente Michel Temer, o ministro ficou um pouco sem graça e disse que o cenário político brasileiro ainda iria melhorar. Segundo Fux, as eleições de 2018 serão essenciais para o Brasil tomar novos rumos e ter uma estabilidade mais consistente.
O povo será o grande responsável em alterar o quadro de políticos que roubaram e perderam a confiança. Para Fux, a política brasileira terá um grande avanço nas próximas eleições.
O ministro tem 64 anos e foi indicado para uma cadeira do STF pela ex-presidente Dilma Rousseff. A intenção da petista era que Fux ajudasse a acabar com todos os problemas de julgamento do Mensalão. Ele acabou sendo implacável com as lideranças do PT.
Luiz Fux comentou que, até no máximo uns cinco anos, todos os políticos envolvidos na Lava Jato serão julgados e que a Corte será bem rígida ao analisar as denúncias.
Lava Jato
Fux revelou que recebe diariamente várias abordagens de pessoas preocupadas com o país e querendo saber dele quais as próximas ações do Supremo a serem tomadas contra a corrupção que assola o país. Uma das perguntas que o ministro mais ouve é quando ele irá prender toda aquela gente corrupta.
Fux foi questionado sobre o porquê da força-tarefa de Curitiba ser mais rápida que o STF. Além de ter descoberto o petrolão, foi responsável por várias condenações, já o STF nunca condenou ninguém. E foi reforçado a pergunta para o ministro: "Quando o senhor vai prender toda aquela gente?".
Fux respondeu um pouco sem entusiasmo. Ele disse que em Curitiba há uma vara especializada só para tratar desse assunto.
Eles produzem, no máximo, de dez a quinze sentenças no mês todo. Já o STF, comentou Fux, possui processos de todo o país e todo mês são proferidas 900 decisões. O motivo de não ocorrer condenações na Corte não foi respondido.
Justiça
De acordo com a matéria, o povo clama por Justiça e o Supremo deveria fazer alguma coisa para atender os anseios da sociedade sobre esse tema. Fux ressaltou que a Corte dá prioridade para a Lava Jato e tem tido atitudes de mudança na competência do Plenário e isso, na visão dele, é importante para acelerar as investigações. Mas não pode haver atropelos, pois o país vive numa situação delicada, comenta o ministro.