Nesta última quarta-feira, (6), a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, enviou manifestação ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a respeito do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira Souza, conhecido como Paulo Preto. O ofício da juíza é uma resposta a um questionamento da defesa de Paulo Preto apresentada a Gilmar Mendes.
Conforme investigações que estão em andamento na Justiça do Paraná, o ex-diretor da Dersa é investigado em ter disponibilizado valores em espécie para pagamentos de propinas através da empreiteira Odebrecht.
Na Justiça de São Paulo, o ex-diretor é investigado sobre esquemas envolvendo o Rodoanel. Entretanto, a defesa de Paulo Preto frisa que os casos têm relação entre si e deveriam ser tratados apenas na justiça paulista.
A resposta da juíza explica que as investigações de Paulo Preto são conexas com o esquema que vitimou a empresa Petrobras, envolvendo contratos com empreiteiras como a Odebrecht. A juíza ainda reiterou que vantagens indevidas eram distribuídas entre agentes e partidos políticos.
Em outro ponto, Gabriela Hardt explicou a Gilmar Mendes que Paulo Vieira seria uma espécie de banco dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Em resumo, a juíza deixou claro que a investigação contra Paulo Preto não teria nenhum tipo de ligação com a investigação que tramita na Justiça Eleitoral.
Então, Hardt defende no documento a competência da Operação Lava Jato em investigar o ex-diretor. Ela também rechaçou argumentos da defesa, negando que houve tentativa da Lava Jato de driblar o ministro Gilmar Mendes e declarou que a decisão sobre o acusado tem base na lei e em provas.
Condenação de Paulo Preto
Paulo Vieira foi condenado no último dia 28 pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5° Vara Federal de São Paulo, por crimes de cartel e fraude em obras no Rodoanel.
Já na última sexta-feira (1°), o ex-diretor da Dersa virou réu pela terceira vez no braço da Lava Jato São Paulo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.