O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, manifestou-se neste sábado (16) sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de que crimes comuns como corrupção e lavagem de dinheiro, quando ligados a delitos eleitorais como caixa dois, devem ser julgados pela Justiça Eleitoral.

Essa decisão fez com que milhares de pessoas de diversas redes sociais que seguem a direita pensassem que seria o fim da Lava Jato, inclusive o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, que eram contra essa decisão.

Porém, hoje pela manhã, Bolsonaro postou um vídeo em seu Twitter dizendo: “Decisão do STF e projeto anti-crimes de Moro".

No vídeo, um dos filhos do presidente, Eduardo, tenta explicar que pode haver uma possível saída para essa decisão.

Segundo o deputado, o pacote anti-crimes de Moro pode fazer com que novas investigações da Lava Jato retornem à competência da Justiça Federal.

Manifestação pró-Lava Jato

A força-tarefa da Operação Lava Jato fará uma manifestação para defender os seus direitos, após os ataques feitos na Suprema Corte pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Toda a procuradoria e os representantes da Operação estarão presente.

A procuradoria acredita que ao chamá-los de "gângsters, gentalha e cretinos", o ministro Gilmar Mendes pode ter violado o artigo 35, inciso VI e VIII, da lei complementar 35/79.

O inciso VI fala sobre o comparecimento pontual no início de cada sessão e a ausência injustificável antes do término da sessão.

O inciso VIII fala sobre manter uma conduta irrepreensível na vida pública e particular. Ou seja, segundo a força tarefa da Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal não vem respeitando as condutas estabelecidas pela Constituição Brasileira.

Os procuradores ainda advertem afirmando que não é a primeira vez que isso acontece, ou seja, não é a primeira vez que alguém da suprema corte viola o artigo 35 da lei complementar 35/79.

MP Pró-Sociedade cita Raquel Dodge

A MP Pró-Sociedade é uma organização que reúne todos promotores e procuradores de todo o território nacional.

A organização fez uma crítica à ministra Raquel Dodge por ela não ter colocado em prática o artigo 6, Inciso XV, da lei complementar 75/1993, que fala a respeito da manifestação em qualquer fase dos processos quando entender um existente interesse que justifique a intervenção. A procuradoria acredita que Dodge poderia ter interferido na fala do ministro Gilmar Mendes, porém, ela ficou em silêncio e deixou o ministro desrespeitar os representantes da Operação Lava Jato.