Durante a campanha eleitoral do ano passado, Rodrigo Amorim (PSL-RJ) quebrou uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no início de 2018. Contando com o apoio da família Bolsonaro, ele foi o deputado estadual mais votado do Rio de Janeiro, com 140.666 votos.
Neste último domingo (3), Amorim criticou o enredo escolhido pela Mangueira, sua escola de samba do coração, que decidiu neste ano homenagear a falecida vereadora.
Em uma entrevista ao jornal Extra, o deputado relatou que se chateia com esse tipo de situação, como por exemplo o modo com o qual as faculdades de hoje em dia tem tentado impor a cultura de “esquerda” nos estudantes.
Para ele a esquerda tem dominado cada dia mais a cultura e que eles conseguiram chegar até nós blocos de carnaval, o que o deputado não concorda.
Amorim disse também que, mesmo depois de criticar a Mangueira, não iria perder o desfile da escola de samba, mas que iria assistir de longe.
O enredo que a verde e rosa escolheu para o carnaval este ano é "História Pra Ninar Gente Grande". Em uma das estrofes diz o seguinte: "Brasil, chegou a vez/ De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês".
Escola que homenageou Marielle em SP é rebaixada
Pela primeira vez em 89 anos, a escola de samba Vai-Vai foi rebaixada no Carnaval de São Paulo. Muitos internautas têm atribuído o rebaixamento da escola à homenagem feita a Marielle Franco.
marielle puxou a vai-vai pro buraco™
— ᴍᴀʀᴄɪɴʜᴏ ᴍᴇɪᴏ (@MarcinhoMeio) 5 de março de 2019
A máxima "quem lacra, não lucra" não falha.
— Britto (@Regateano) 5 de março de 2019
Vai-vai homenageou Marielle e foi rebaixada.
Recebeu o que mereceu.
A próxima será a Tuiuti.
Quem foi Marielle Franco?
Marielle Franco era uma mulher negra, mãe e nascida e criada na favela da Maré, no Rio de Janeiro.
Era formada em Socióloga pela PUC-Rio, com mestrado em Administração Pública. Foi eleita vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL, com 46.502 votos. Ela também foi também a Presidente da Comissão da Mulher da Câmara.
Marielle iniciou a sua militância com foco nos direitos humanos depois de ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, que foi vítima de uma bala perdida, em tiroteio de policiais e traficantes que aconteceu no Complexo da Maré.
Aos 19 anos ela foi mãe de uma menina, que foi estopim para se constituir como uma forte lutadora pelos direitos das mulheres e começar a falar sobre esse tema em favelas.
No dia 14 de março de 2018 ela foi cruelmente assassinada em seu carro. Treze tiros atingiram o veículo, matando ela e o motorista, Anderson Pedro Gomes.