Durante a campanha eleitoral do ano passado, Rodrigo Amorim (PSL-RJ) quebrou uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no início de 2018. Contando com o apoio da família Bolsonaro, ele foi o deputado estadual mais votado do Rio de Janeiro, com 140.666 votos.

Neste último domingo (3), Amorim criticou o enredo escolhido pela Mangueira, sua escola de samba do coração, que decidiu neste ano homenagear a falecida vereadora.

Em uma entrevista ao jornal Extra, o deputado relatou que se chateia com esse tipo de situação, como por exemplo o modo com o qual as faculdades de hoje em dia tem tentado impor a cultura de “esquerda” nos estudantes.

Para ele a esquerda tem dominado cada dia mais a cultura e que eles conseguiram chegar até nós blocos de carnaval, o que o deputado não concorda.

Amorim disse também que, mesmo depois de criticar a Mangueira, não iria perder o desfile da escola de samba, mas que iria assistir de longe.

O enredo que a verde e rosa escolheu para o carnaval este ano é "História Pra Ninar Gente Grande". Em uma das estrofes diz o seguinte: "Brasil, chegou a vez/ De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês".

Escola que homenageou Marielle em SP é rebaixada

Pela primeira vez em 89 anos, a escola de samba Vai-Vai foi rebaixada no Carnaval de São Paulo. Muitos internautas têm atribuído o rebaixamento da escola à homenagem feita a Marielle Franco.

Quem foi Marielle Franco?

Marielle Franco era uma mulher negra, mãe e nascida e criada na favela da Maré, no Rio de Janeiro.

Era formada em Socióloga pela PUC-Rio, com mestrado em Administração Pública. Foi eleita vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL, com 46.502 votos. Ela também foi também a Presidente da Comissão da Mulher da Câmara.

Marielle iniciou a sua militância com foco nos direitos humanos depois de ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, que foi vítima de uma bala perdida, em tiroteio de policiais e traficantes que aconteceu no Complexo da Maré.

Aos 19 anos ela foi mãe de uma menina, que foi estopim para se constituir como uma forte lutadora pelos direitos das mulheres e começar a falar sobre esse tema em favelas.

No dia 14 de março de 2018 ela foi cruelmente assassinada em seu carro. Treze tiros atingiram o veículo, matando ela e o motorista, Anderson Pedro Gomes.