Nesta quinta-feira (14), o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) afirmou ter reunido o mínimo de 27 assinaturas para dar entrada no pedido de criação da chamada CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Lava Toga, que tem como objetivo investigar a conduta dos ministros de cortes superiores e abrir a caixa preta do Poder Judiciário. As assinaturas representam um terço do total de parlamentares do Senado, mínimo necessário para que o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), peça a instalação de um colegiado para investigar os integrantes do Judiciário brasileiro.

No mesmo dia que o senador fez a coleta das assinaturas, foi também protocolado um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, entregue nesta quinta-feira pelos advogados Modesto Carvalhosa, Laercio Laurelli e Luís Carlos Crema, que acusam o ministro de exercer atividade politico-partidária e de praticar procedimentos que não são compatíveis com a honra, decoro e dignidade das funções de ministro. As acusações em grande parte são a respeito da montagem de uma estrutura criminosa para a eleição do irmão do ministro, Francisco Ferreira Mendes Junior, conhecido como Chico Mendes. De acordo com o documento, a empresa fundada por ele teria como objetivo eleger Chico Mendes.

O ministro ainda teria exercido influência à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para conseguir doações para a campanha eleitoral do irmão.

Ainda faltam assinaturas para protocolar o pedido de CPI

Mesmo com a coleta do mínimo de 27 assinaturas para o pedido de CPI, o senador ainda tenta angariar mais assinaturas para protocolar o pedido na próxima segunda-feira (18).

Isso para evitar que algum signatário retire seu nome do pedido antes da leitura do mesmo no plenário, fazendo com que se torne inválido, visto que uma situação semelhante já ocorreu no mês de fevereiro, onde o senador protocolou o pedido e informou que após ter protocolado, alguns colegas sofreram pressão de ministros do Supremo, o que fez com que eles retirassem suas assinaturas do pedido.

Na época em que Vieira protocolou o pedido pela primeira vez, os senadores que retiraram suas assinaturas foram Tasso Jereissatti (PSDB-CE) e Kátia Abreu (PDT-TO).

Em seu Twitter, Vieira se expressou a respeito do pedido, dizendo que é preciso que a sociedade exige uma transparência do Judiciário, e que é necessário que abram a “caixa preta”. A assessoria do senador ainda afirmou que não existem assinaturas de petistas e nem de Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), sendo o único membro do partido a não assinar o documento.